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Saiba mais sobre a história de Abaporu, o quadro brasileiro mais valioso

Só a apólice de seguro de exposição em NY custava 45 milhões de dólares; especialistas avaliam que o valor real seja muito superior

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Saiba mais sobre a história de Abaporu, o quadro brasileiro mais valioso

Um presente da artista plástica Tarsila do Amaral ao marido, o escritor Oswald de Andrade, a obra Abaporu faz parte do acervo do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba). Em 2018 voltou brevemente “às origens” ao ser exposta no Masp, em São Paulo.

Pintada a óleo em janeiro de 1928, é a tela brasileira mais conhecida e valorizada no mercado artístico mundial. E… não está à venda.

Símbolo do modernismo brasileiro, seu valor é imensurável ao ponto de ser estimado apenas quando se é levada em consideração o seguro feito durante exposições que participa. No Museu de Arte Moderna de Nova York, a exemplo, a apólice garantia US$ 45 milhões. Mas especialistas garantem que o valor real seria muito superior a essa marca.

A pintura guarda forte identificação com o Brasil, a começar pelas cores escolhidas por Tarsila. O verde, amarelo e azul, fazem alusão a bandeira nacional, dando a entender que o homem retratado é brasileiro.

Crítica à sociedade

Ele é representado com mãos e pés grandes, junto a um sol e um cacto. Contudo, nenhum desses elementos está ali por acaso. Por exemplo, ao pintar o homem com as mãos e pés grandes, Tarsila busca representar o trabalho físico, e os pés sujos de verde são compreendidos como uma conexão existente entre o ser humano e a terra.

Porém, em contraste ao tamanho desses membros, a cabeça do mesmo é pequena, o que retrata a falta de pensamento crítico da sociedade daquela época.

Deste modo, entende-se que a autora faz uma crítica à sociedade, de forma a compreender que o homem era entendido como alguém cujo ofício se limitava a força física, sem a possibilidade de um pensamento crítico.

Portanto, o tamanho dos pés e das mãos denotam sua maior importância, quando comparados com o da cabeça. Essa técnica de pintura é denominada gigantismo e a própria Tarsila já havia utilizado antes quando pintou A negra, em 1923.

Superação das dificuldades

O homem em Abaporu, mesmo que sem observar nitidamente sua face, transmite certa melancolia tendo em vista a forma como sua cabeça está posicionada e sua expressão que denota tristeza.

Detrás do homem retratado, observa-se um cacto, que é considerado uma planta característica da flora nordestina. Já no centro superior, encontra-se o sol, que possui a forma de um olho, como se observasse o homem e a natureza.

A junção desses elementos busca representar um clima seco e uma resistência a algo, e quando as figuras são colocadas junto ao homem, trazem uma reflexão diante da superação das dificuldades existentes em seu cotidiano.

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