Laíse Lucatelli
Roseli Barbosa, acusada de desvios na Setas, disse estar arrependida de crimes que cometeu
A ex-primeira dama de Mato Grosso e delatora Roseli Barbosa se disse arrependida dos crimes que cometeu. Ela acabou de deixar o prédio da Controladoria Geral do Estado, onde prestou depoimento sobre desvios ocorridos no governo do marido, Silval Barbosa.
“É claro [que me arrependo]. Você acaba se envolvendo em todo o processo. Mas minha parte estou fazendo. Vou ajudar no que puder”, disse a delatora, acrescentando que está à disposição da CGE.
Roseli não deu detalhes do depoimento, afirmando que o procedimento está sob sigilo. Ela disse que a iniciativa de depor foi de Silval, e como a delação foi conjunta, todos acabaram depondo também.
“Silval fez isso, a pressão sobre ele foi muito grande, mas estamos fazendo o melhor”, afirmou.
Roseli disse que sabe apenas sobre fatos relacionados à Setas. Ao chegar para depor, Toninho Barbosa, irmão do ex-governador, falou rapidamente com a imprensa. “Já falei tudo o que tinha que falar. Está lá no MPF”, disse. “Estou só confirmando tudo o que eu falei.”
O irmão do ex-governador, Antônio Barbosa, conhecido como Toninho, falou rapidamente com a imprensa e evitou comentar o depoimento. “Já falei tudo o que tinha que falar. Está lá no Ministério Público Federal e na Polícia Federal”, disse. “Estou só confirmando tudo o que eu falei”, limitou-se a dizer.
O filho de Silval, Rodrigo Barbosa, ao deixar o prédio da CGE, afirmou que não podia dar detalhes sobre seu depoimento, pois estava sob sigilo. “Mas tudo que está aqui está também no acordo de colaboração, que teve o sigilo levantado”, disse ele, acrescentando que o procedimento na CGE é administrativo.
A assessoria informou que a investigação envolve 106 empresas delatadas por Silval. Antes da delação, a CGR já estava investigando 19 dessas empresas. O procedimento mais recente aberto é o que envolve a FDL, alvo da Operação Bereré na semana passada. Toninho detalhou o esquema envolvendo a empresa, cujo contrato está sendo investigado por completo, desde 2009 até hoje.
Crimes
O depoimento é uma continuação da delação feita pelo ex-governador à Procuradoria Geral da República. A CGE apura a responsabilização do conjunto de empresas, pessoas físicas e servidores que foram delatados por Silval. Exatas 87 empresas são investigadas.
A esposa, Roseli, o filho, Rodrigo, e o irmão do ex-governador Antônio Barbosa, deverão falar sobre os detalhes que, segundo Silval disse na delação premiada, somente eles saberiam.
Antônio, mais conhecido como Toninho Barbosa, deverá esclarecer a questão da empresa FDL e o esquema de desvio de verbas no Detran, no período em que Teodoro Lopes era presidente da autarquia. Uma operação, a “Bereré”, foi deflagrada no dia 19 deste mês pelo Gaeco para investigar o esquema.
(Atualizada às 16h25)