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Rondonópolis proíbe venda de bebidas alcoólicas e toque de recolher começa às 19h

Representantes do comércio temem que as medidas afetem a economia sem apresentar efeitos práticos no combate à pandemia

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Rondonópolis proíbe venda de bebidas alcoólicas e toque de recolher começa às 19h
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Os moradores de Rondonópolis (a 215 km de Cuiabá) estão proibidos de consumir bebidas alcoólicas. A medida é parte das ações de prevenção ao novo coronavírus. Não que o prefeito Zé Carlos do Pátio tenha impedido as pessoas de beberem. Mas só vai conseguir fazer isso quem já tiver algum estoque em casa.

A partir desta sexta-feira (19), todos os estabelecimentos comerciais da cidade estão proibidos de comercializar o produto por 30 dias. A medida vale também para o narguilé.

A intenção do Comitê de Enfrentamento à Pandemia instalado na cidade é evitar aglomeração em locais públicos e, também, dentro das casas.

Rondonópolis está em segundo lugar no ranking de Mato Grosso em número de novos contágios. Somou 692 casos desde o início da pandemia, sendo que 578 estão em monitoramento. Até agora, 21 pessoas morreram e somente 93 foram consideradas curadas.

A taxa de ocupação dos leitos em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) exclusivos para covid nos hospitais da cidade chegou a 100%.

Gerente administrativo da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Rondonópolis, Carlo Rocha diz não ver muito sentido na proibição de venda de bebidas alcoólicas, mas admite que muitas pessoas não estão respeitando as orientações de isolamento social.

“Como não há fiscalização suficiente para a cidade inteira, então, a restrição à venda de bebidas é útil para reduzir as reuniões”, ele pondera.

Toque de recolher

Outra medida em vigor na cidade é o toque de recolher a partir das 19h. Mas há uma  exceção: para quem estiver em culto religioso. Neste caso, a pessoa pode circular até as 20h.

Ao finais de semana e feriados a prefeitura decretou algo semelhante a um lockdown. Quer dizer que ninguém pode sair casa a não ser que para serviços essenciais, como ir a farmácias e estabelecimentos de saúde.

“A proibição de circulação de pessoas não está afetando muito o comércio em geral. Mas alguns setores como bares e restaurantes vão sentir mais essa medida, porque possuem maior movimentação à noite e aos finais de semana”, avalia o gerente da CDL.

CDL faz recomendações

Em um comunicado feito pela CDL e publicado em seu portal, o presidente da instituição, Thiago Sperança, revela que está preocupado com o resultado prático das medidas adotas no município.

“Neste sentido, ações que combatem o problema podem nos levar a lugar nenhum. Nós, enquanto CDL e todo o Conselho de Entidades, sempre buscamos participação junto ao Poder Público, pois, para nós, mais eficaz que combater este problema é combater sua causa”.

A CDL compõe o Conselho de Entidades de Rondonópolis – que reúne representantes de diversos segmentos econômicos e sociais – e que tem feito sugestões ao prefeito, para evitar que medidas muito restritivas sejam ineficazes e causem maior impacto econômico.

Como sugestões o conselho aponta que o município poderia adotar a triagem rápida – com medição de temperatura das pessoas que estão apenas de passagem pela cidade, além de teste para medir a quantidade de oxigênio no sangue; mais fiscalização para evitar aglomerações, entre outras medidas consideradas menos agressivas para a economia.

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