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Riva usou a mulher como testa de ferro em contrato do VLT, diz PF

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Riva usou a mulher como testa de ferro em contrato do VLT, diz PF

 

Divulgação/campanha eleições 2014

Janete Riva

 

Enquanto ainda exercia o cargo de presidente da Assembleia Legislativa, o ex-deputado estadual José Riva (sem partido) solicitou ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB) que intercedesse junto ao Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande para que a empresa Multimetal Engenharia de Estruturas fosse sub contratada para a implantação do novo modal de transporte coletivo.

A empresa tem entre seus sócios Janete Riva, mulher do ex-deputado, considerada pelos investigadores da Operação Descarrilho uma “testa de ferro” do marido. A Multimetal acabaria contratada por R$ 11,5 milhões para prestar serviços nas obras do modal.

VEJA A ÍNTEGRA DA AÇÃO DA OPERAÇÃO DESCARRILHO

Os dados constam no inquérito da Polícia Federal referente à operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (9) e que apura supostas fraudes e pagamento de propina na licitação e execução das obras do VLT.

“Não por coincidência, José Geraldo Riva foi intitulado como ‘pai do VLT’ ainda no ano de 2013 (…) Após a apreensão do contrato de gaveta, em 20/05/2014, firmado entre os sócios da Multimetal e José Geraldo Riva, por meio de Janete Riva, vislumbra-se, de modo claro, a razão de tanto empenho na defesa do modal VLT”, diz trecho do inquérito.

Contrato encontrado pela polícia em buscas no carro de José Riva mostrava que Janete havia comprado 40%
da Multimetal 

‘Sócia oculta’

Em maio de 2014, durante uma das etapas da Operação Ararath, a polícia fez buscas na casa de Riva. Dentro de uma caminhonete, na garagem do ex-deputado, os policiais encontraram um contrato particular.

O contrato mostrava que Janete Riva havia pago R$ 3,5 milhões para adquirir 40% da Multimetal. A transação foi registrada apenas em um “contrato de gaveta”, firmado em 2010. 

Segundo a Polícia Federal, isso tornava José Riva um “sócio ocultjo” da empresa.

Contrato efetivado

Em depoimento prestado no início de julho, Silval confirmou o interesse de Riva na sub contratação da empresa pelo Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande. Contou que ele próprio, além do ex-secretário da Secopa, Maurício Guimarães, fizeram a solicitação ao diretor executivo da CR Almeida, Arnaldo Manoel Antunes.

A Multimetal foi contratada para prestar o serviço de montagem da estrutura metálica nos centros de manutenção e operação do VLT. Para isso, receberia aproximadamente R$ 11,5 milhões.

Multimetal acabou sendo contratada pelo Consórcio
VLT por R$ 11,5 milhões

O ex-governador pontuou, no entanto, não saber afirmar se, no caso da Multimetal, também teria havido um esquema semelhante ao firmado por meio da Cohabita Construções Ltda, empresa pela qual teria sido desviada parte da propina que Silval admitiu ter recebido.

Movimentações estranhas 

No inquérito, a Polícia Federal destaca movimentações atípicas, identificadas em relatórios de inteligência financeira, por parte dos outros dois sócios da Multimetal: Altair Baggio e Guilherme Lomba de Mello Assumpção.

Também uma doação eleitoral no valor de R$ 120 mil que a empresa fez à campanha do ex-deputado em 2010, dois anos antes de o contrato entre o governo do Estado e o Consórcio VLT ter sido firmado.

A reportagem do LIVRE tentou contato com o ex-deputado José Riva, mas o telefone estava desligado. Já seu advogado, Rodrigo Mudrovitsch, se limitou a afirmar que o ex-parlamentar colabora com as investigações. 

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