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Risco de paralisia infantil volta a assombrar cidades de Mato Grosso

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Risco de paralisia infantil volta a assombrar cidades de Mato Grosso
Foto: Reprodução

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde no final da semana levantaram um alerta para toda a população. Segundo o órgão federal, Mato Grosso é um dos estados que correm o risco de ver a poliomielite, isto é, a paralisia infantil, voltar à tona após 28 anos de erradicação. A observação foi feita com base no levantamento da cobertura vacinal.

A poliomielite é uma doença contagiosa causada pelo poliovírus, que pode infectar tanto crianças quanto adultos por meio do contato direto com pessoas já portadoras da doença, principalmente por meio das salivas. No entanto, nem sempre causa a paralisia. No passado, entre os anos de 68 a 89, cerca de 26 mil casos foram registrados no Brasil.

O alerta do Ministério da Saúde neste momento, porém, tem uma fundamentação: a população teria “descansado” com o cumprimento dos calendários de vacinação após a erradicação de algumas doenças. No caso da polio, não houve registros no Brasil desde 1990. A vacina é a única forma de prevenção à paralisia.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Para a coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Carla Domingues, o cumprimento com o esquema de vacinação de rotina estipulado pelo Ministério da Saúde deve ser encarado como uma responsabilidade social, principalmente no caso desta doença contagiosa. A campanha nacional é realizada anualmente no mês de agosto, mas a vacinação fica disponível nos postos de saúde durante todos os meses. O principal público-alvo são recém-nascidos com até cinco meses de vida.

Em Mato Grosso, sete municípios apresentaram resultados muito abaixo do esperado. Na cidade de Jauru (distante 430 km de Cuiabá), apenas 3,36% das crianças foram vacinadas. Em Denise (210 km), o número chegou a 16,67% do público. Já em Nova Brasilândia (202 km), foi 20,83%. Mais próximo a Cuiabá, Nobres (126 km) teve cobertura de apenas 31,05%, enquanto em Pedra Preta (261 km) o montante chegou a 35,59%. No Vale do São Domingos (320 km), a cobertura chegou a 41%.

Além das seis cidades listadas, o município de Reserva do Cabaçal, que foi a única cidade de Mato Grosso a figurar no TOP 100 do ranking dos municípios que avalia a saúde municipal, ocupando o 54º lugar, a cobertura foi de 31,43%.

De acordo com a Gerência de Imunização ligada à secretaria de Estado de Saúde, não há registro de desabastecimento das vacinas em nenhum dos municípios listados. Desta forma, a baixa cobertura vacinal se dá, principalmente, pela falta de procura dos pais. “Em muitos casos, os pais e responsáveis não vêm mais algumas doenças como um risco, como é o exemplo da poliomielite. Por isso, é necessário ressaltar a importância da imunização e desmistificar a ideia de que a vacinação traz malefícios”, disse a coordenadora.

Com a chegada cada vez maior de imigrantes, a Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes do Ministério da Saúde e dos estados da federação, levantou o perigo da reintrodução da polio no Brasil, aliada à queda na vacinação. Por isso, o Ministério aproveita o alerta para cobrar maior adesão à campanha deste ano, que será realizada entre os dias 6 e 31 de agosto.

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