O juiz Carlos Eduardo de Moraes e Silva, da comarca de Vila Rica (1.260 km de Cuiabá), foi atingido por um tiro na tarde desta segunda-feira (1º) e precisou ser levado com urgência para um hospital no Estado do Tocantins. Ele estava dentro do Fórum quando o crime aconteceu. O atirador acabou sendo morto pela segurança do local.
Segundo informações preliminares, repassadas pela Polícia de Vila Rica, o juiz teria sido atingido com um tiro no peito, quando estava dentro de sua sala. Já outra testemunha afirma que o tiro pegou no braço do magistrado, que foi socorrido por policiais da segurança do Fórum
Conforme revelou a testemunha, o crime teria acontecido porque o réu, que não teve a identidade revelada, queria que o magistrado marcasse a data do julgamento pelo Tribunal do Júri. Enfurecido, ele invadiu o Fórum com uma arma e foi direto à sala de audiências.
Ao perceberem a movimentação, os servidores se assustaram e acabaram tumultuando o local.
“Foi muito assustador. Eu estava na sala em frente ao Juizado, não achava a chave, corri pra sala do conciliador e agachei. É uma situação que eu não desejo pra ninguém. Tiroteio. Como a gente está vulnerável. Como está difícil. Muito assustador”, comentou a servidora.
Segundo a PM, o atirador teria usado uma arma calibre 22 e acabou morto por um policial militar que fazia a segurança do Fórum. Ele atirou para resguardar o magistrado.
Procurado, o Tribunal de Justiça informou que já está ciente do caso. O presidente do órgão deverá se pronunciar em breve.
Agressão contra juízes
Este não foi o primeiro caso de agressão contra magistrados registrado recentemente. Conforme o LIVRE divulgou, na quarta-feira (26) passada, o advogado Homero Amilcar Neder agrediu o juiz Jorge Hassib Ibrahim com socos no rosto e tentou enforcá-lo. A agressão aconteceu dentro do Fórum de Paranatinga (535 km de Cuiabá), após audiência. Ele acabou preso preventivamente.
Anteriormente, no final de agosto, o juiz Bruno César Singulani França, de 25 anos, também foi agredido durante audiência. Ele presidia o Tribunal do Júri de Nova Monte Verde (950 km de Cuiabá) quando, após sentença, o condenado o atacou com uma garrafa de água. Segundo o magistrado contou ao LIVRE, o objeto não lhe machucou e o agressor foi retirado da sala logo em seguida.
Nos dois casos acima, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e a Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam) repudiaram os crimes.