Política

Redução de duodécimo e VI entram no debate com a queda na arrecadação

Com cada vez mais dinheiro sendo centralizado na Saúde, o assunto bate insistentemente à porta do governador Mauro Mendes

3 minutos de leitura
Redução de duodécimo e VI entram no debate com a queda na arrecadação
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

O governo de Mato Grosso deve tornar público – entre esta segunda e terça-feira (6 e 7) – os dados da arrecadação de impostos no Estado referentes ao período de março, o primeiro mês deste ano afetado pelas medidas de isolamento social para tentar conter a propagação do novo coronarívus.

E junto com os números da arrecadação, o governador Mauro Mendes (DEM) deve reacender um debate nascido ainda no início do governo Pedro Taques: a redução do duodécimo dos demais Poderes.

Pelo menos foi o que disse o próprio governador em entrevista coletiva online concedida na sexta-feira (3).

“Ainda não houve nenhuma conversa objetiva sobre duodécimo. Teremos uma a partir de abril, quando obtivermos dados concretos da receita pública. Não adianta conversar só especulando”, respondeu a um jornalista.

Um dia antes, Mauro Mendes já havia antecipado uma projeção da Secretaria de Fazenda (Sefaz), que prevê uma arrecadação de ICMS – o principal imposto recolhido pelo Estado – até 50% menor em abril.

“Diante da realidade que, imagina-se, não será muito boa, todos terão que contribuir”, completou o governador, ao falar sobre o debate quanto ao duodécimo.

Dos cerca de R$ 20,3 bilhões que o governo do Estado previa arrecadar ao longo de 2020 quando elaborou a Lei Orçamentária deste ano, aproximadamente R$ 3 bilhões seriam destinados aos demais Poderes e instituições.

Para a Assembleia Legislativa o valor previsto era de R$ 548 milhões. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) receberia R$ 365 milhões. O Ministério Público R$ 492 milhões e, a Defensoria, R$ 147 milhões aproximadamente.

O Tribunal de Justiça ficaria com o valor mais alto: R$ 1,5 bilhão.

Verbas indenizatórias

Dentro do contexto de arrocho fiscal necessário por conta da queda na arrecadação de impostos, Mauro Mendes também foi questionado por jornalistas se reconsideraria o pagamento de verba indenizatória a seus secretários de Estado. Respondeu negativamente.

“Eu cobro muito as pessoas e elas merecem ter dignidade para trabalhar”, resumiu.

O benefício foi instituído no dia 6 de março, quando Mendes sancionou um projeto de lei de autoria do TCE que criava a verba indenizatória para os conselheiros e membros do Ministério Público de Contas.

No mesmo projeto, o pagamento extra – equivalente a um salário do cargo que o beneficiado ocupa – foi “estendido” aos secretários de Estado.

LEIA TAMBÉM

Desde então, esta verba indenizatória vem sendo questionada, inclusive judicialmente. Com a propagação do novo coronavírus pelo país e um consequente direcionamento maior de recursos públicos para a Saúde essa situação se intensificou.

A Procuradoria Geral da República (PGR) ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a verba indenizatória mato-grossense. O pedido é o que o dinheiro seja investido em ações de combate à propagação do novo coronavírus.

Ao falar sobre o assunto, o governador Mauro Mendes disse que o Estado tinha “gastos centenas de vezes maiores” e que todos já foram cortados na sua gestão. Pontuou ainda que, pelo menos, 4 mil servidores públicos têm salários maiores que os de secretário de Estado.

“É uma questão que merece destaque, mas temos outras questões que precisam ser tratadas”.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes