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Há vinte anos livre da febre aftosa, Mato Grosso inicia no próximo dia 1º de maio mais uma campanha de combate à doença. Neste ano, os produtores deverão investir cerca de R$ 60 milhões com a compra de vacinas.
Ao contrário dos anos anteriores, nesta primeira etapa (1º a 31 de maio), deverão ser vacinados todos os bovinos e bubalinos de mamando a caducando. Em novembro, na segunda etapa, apenas animais de até 24 meses.
Para imunizar todo o rebanho, serão necessárias 43 milhões de doses da vacina, disse ao LIVRE o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT), Guilherme Nolasco. “Esse número atende às duas etapas de vacinação”, justifica.
Atualmente, o rebanho em Mato Grosso está estimado em 30,2 milhões de cabeças. Durante a campanha, será feita uma recontagem com anistia para aqueles pecuaristas que ainda não declararam o número real de animais.
Custos
Em Cuiabá, a dose da vacina deve ser vendida entre R$ 1,30 e R$ 1,40. Na Agro Amazônia, que há 34 anos trabalha com o produto, a expectativa é que as vendas representem cerca de 60% do faturamento do mês de maio, informou o gerente comercial, Carlos Bezerra Santos. “A compra das doses sempre vem acompanhada de outros produtos utilizados durante o trabalho de imunização”, destaca.
Além dos custos com a vacina, os produtores têm ainda as perdas econômicas com os edemas nas carcaças dos animais provocados pela vacinação. “Se somarmos o que se gasta com vacina e o que se perde com nas carcaças machucadas, a gente chega a aproximadamente R$ 120 milhões ao ano”, explica Nolasco.
Comunicação
O produtor tem até o dia 10 de junho para comunicar a vacinação ao Indea. Caso não respeite o calendário, poderá pagar multas no valor de uma Unidade de Padrão Fiscal (UPF), aproximadamente R$ 130 por animal.
A febre aftosa é uma doença viral e de fácil contágio entre os rebanhos. O surgimento de casos pode afastar mercados importantes, acarretando prejuízos econômicos para o setor.