Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) disse, nesta segunda-feira (20), que a quarentena obrigatória, determinada pela Justiça, interrompeu um monitoramento controlado da pandemia na Capital e foi exatamente o que fez aumentar o número de casos nas últimas semanas.
Segundo ele, Cuiabá já havia entrado “novo normal”, com comércio de rua e shopping centers funcionando com medidas de biossegurança. A quarentena obrigatória, no enanto, impediu essas atividades, ao passo que liberou outras 57 – classificadas dentre os serviços essenciais – a funcionar em horário comercial.
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“Isso fez pipocar o contágio em vários bairros. Não dá para saber onde está o foco porque há muita movimentação. Somente o comércio e os shoppings estão sendo prejudicados em Cuiabá, porque todo restante está funcionando”, disse.
“Relaxamento de prevenção”
O prefeito disse ainda que os dias de quarentena obrigatória tiraram os recursos de famílias que necessitam do trabalho para comprar insumos para prevenção ao contágio.
Com o monitoramento implantando pela prefeitura, a segurança das pessoas estaria “mais efetiva no trabalho do que em casa”, avaliou Emanuel.
“Quando houve a oscilação de casos [aceleração na incidência diária], os shoppings e o comércio ainda estavam fechados, ou seja, não tinha nada a ver com eles. E quando eles voltaram, houve implantação de medidas de biossegurança extremamente duras”, afirmou.
Segundo Pinheiro, faltou “disposição” ao promotor de Justiça Alexandre Guedes e ao juiz da Vara de Saúde Pública de Mato Grosso, José Luiz Leite Lindote, em buscar apoio técnico em saúde para embasar o pedido e a ordem de quarentena.
O pedido do Ministério Público foi feito diante do decreto do governo do Estado que criou um sistema de classificação de risco que divide as cidades em cores. Desde o lançamento do decreto, Cuiabá se enquadrava em alerta vermelho, ou seja, com risco muito alto de contaminação.