Vergonha. Talvez esta seria uma das palavras que Mary Wollstonecraft utilizaria para externar seu sentimento no tocante à identidade da mulher no mundo islâmico. Wollstonecraft foi uma das pioneiras na luta pelo espaço das mulheres, vez que o gênero feminino partia de um juízo de valor habitual naquela época: a mulher como ‘’rés’’, isto é, coisa. A presença da inglesa revolucionou, nitidamente, a noção de que a mulher seria mero objeto de desejo sexual ou acessório.

Preliminarmente, o que acontece nos países de religião islâmica não é enigma para ninguém. É fato que o direito islâmico trata as mulheres como nada mais que posse dos homens. Uma ilustração bem apreensiva, por sinal, dessa opressão suscitada pelo Islã, aconteceu na cidade saudita de Meca, onde quinze meninas mereceram morrer n’um incêndio ocorrido na escola delas. O ato de fazer jus se concretizou porque a polícia religiosa saudita, muttawa, não deixou as garotas saírem do edifício, já que se encontravam sem suas burcas. Ou seja, os policiais preferiram a morte das meninas à transgressão do direito islâmico. Terrível, não?

Isso não é nada quando, nesse espírito, o direito islâmico impõe barbaridades de tal maneira que, por exemplo, a mulher não pode sair de casa sem a presença do homem e até mesmo é obrigada a sempre estar acompanhada do marido ou de um familiar próximo masculino para viajar ou sair da cidade local, além de não poder ter acesso à educação universitária. A noção de independência e equidade é arrabeirada.

Por meio dessa sensação que, em 2016, o Conselho de Ideologia Islâmica defendeu que ‘’não haveria problemas se homens batessem de leve em suas esposas’’ e isso foi reafirmado pelo presidente do conselho, Maulana Sherani, destacando os ensinamentos do Alcorão e de Sunnah. Isto é, os ensinamentos islâmicos sancionam a dependência desumana da mulher ao homem e ainda por cima, acompanha e partilha a violência doméstica. Isso é revoltante. Esse tipo de pensamento encarregado de uma cegueira ideológico-religiosa é incompatível com a evolução do papel das mulheres no mundo contemporâneo.

A título de esclarecimento, tem-se, no Brasil, uma legislação que trouxe garantia e segurança jurídica para as mulheres, que é a Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006, comumente conhecida como Lei Maria da Penha. Esta pode ser o reflexo de que a luta de Mary Wollstonecraft, ao enviar uma carta – Reivindicação dos Direitos das Mulheres – para Edmund Burke, fizeram sentidos para a busca de igualdade de direitos.

Ao revés do que está encaminhado no Ocidente, nos países islâmicos, o Corão não só se destaca como figura erga omnes, como também legitima atitudes inomináveis. Por exemplo, no capítulo 4, versículo 11, a imagem do homem é fortalecida, confluindo com os ideais de desigualdade. Outro exemplo notável está no capítulo 2, versículo 223, o qual estabelece que a mulher é comparada a uma lavoura, podendo ser mero instrumento útil e desejável, quando o homem quiser. Ipsis Litteris:

Alá vos prescreve acerca da herança dos vossos filhos: Dai ao varão a parte de duas filhas. (4:11)
Vossas mulheres são, para vós, campo lavrado. Então, achegai-vos a vosso campo lavrado, como e quando quiserdes. (2:223)

À vista do exposto, a história, juntamente com o livro sagrado do islamismo, expõe que a condição da mulher nunca foi respeitada. A mulher possuía desvantagem, caso fosse opção de venda com animais, aliás, ela era vendida e comprada como gado. Nada tão perceptível quanto que a mulher era uma entidade desnecessária e sem sentido, apenas um meio de servir ao homem, gerar filhos e trazer conforto, consequentemente, obrigando-a à prostituição e ao estupro para satisfazer sua luxúria. Era uma prática habitual. Desta forma, a mulher foi forçada não apenas a satisfazer a luxúria do marido, mas ela também foi considerada uma fonte para ganhar dinheiro para o homem através do tráfico imoral.

No mesmo parâmetro, percebe-se que existe uma extravagante imoralidade, proveniente do Islã, cuja está competindo com o trágico. O estupro, que para o Ocidente é retratado com aversão, em alguns países onde o Islã se perpetua é banalizado como algo superficial. Isto acontece, pois, o livro sagrado expressa que, quando uma mulher profere que é estuprada, precisa requerer quatro testemunhas para comprovação do ato ilícito (ou lícito?). O curioso é que nem mesmo com um documento comprobatório ou um teste de DNA, a mulher consegue comprovar o que houve. No Paquistão, tão tragicômico quanto é, por exemplo, a estatística de 75% das presidiárias, as quais foram presas por terem cometido crime de ser estupradas.

Dessa forma, malgrado seja a violência às muçulmanas, ainda assim o movimento feminista não trata a questão com total repúdio e muito menos faz ‘’marchas’’, ‘’movimentos na internet’’ e discursos de coalizão em prol desse descaso. Pelo contrário, insiste em remeter o que acontece, por causa do Islã, a algo banal, proveniente de um extremismo.

O que não deixa de abraçar o errado, já que as pessoas deveriam entender que o Islã criou os muçulmanos. E não os muçulmanos criaram o Islã. Se há homens religiosos, que creem no Islã, mas não seguem à risca tal religião, o que estes fazem é apenas não praticar parte do Islã que, por consequência, não significa que o Islã possa ser mudado por algum muçulmano. Nada muda a doutrina e a doutrina inclui o Jihad e a Sharia. Só porque há alguns muçulmanos pacíficos não significa que a doutrina do Jihad não exista. Logo, quando o fervor das feministas atacará o Islã?

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