Mato Grosso

Qual é o efeito da saída de secretários para disputar cargo nas eleições?

Mato Grosso ficou no top 10 dos estados que mais baixa de gestores para acomodar as campanhas nas eleições de outubro

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Qual é o efeito da saída de secretários para disputar cargo nas eleições?

Mato Grosso é o décimo estado brasileiro com mais secretários que deixaram seus postos no governo para disputar cargos nas eleições de outubro. Seis nomes vão apostar em campanhas, vindos de áreas distintas, das mais políticas, como a Casa Civil, às mais técnicas, como a Saúde, passando pelas forças armadas. 

Levantamento do jornal Folha de S. Paulo mostra que 26 estados, incluindo o Distrito Federal, tiveram 147 baixas até o fim de março. Rio de Janeiro formou a fila mais longa, com 15 secretários deixando seus cargos. 

O pódio é completado por Maranhão (12) e Rio Grande do Sul (11). Mato Grosso está num grupo de quatro estados com 6 baixas cada um. Mas, proporcionalmente, está mais próximo da parte de cima da tabela. 

Rio de Janeiro e Maranhão têm, cada um cerca de 30 secretarias em atividade. Ao menos 40% dos gestores deixaram o comando nesses estados. Em Mato Grosso, há 14 secretarias e 6 tiveram troca de titular. 

O governo tem vantagem nas eleições? 

O analista político Onofre Ribeiro diz que esse é o maior grupo de secretários em Mato Grosso que deixou o staff do governo para disputar as eleições, na comparação com governos anteriores, cujos gestores também tiveram pretensão de disputar reeleição. 

Segundo ele, a exposição que os secretários tiveram no governo pode ser uma dianteira na concorrência, quando a campanha oficial estiver nas ruas. “Se eles estão saindo pra candidatos é porque fizeram um trabalho que se pode dizer bom, se não fosse isso não arriscariam sair do governo antes do fim do mandato”, comenta. 

Outro fator com efeito mais distante seria o peso da Assembleia Legislativa na articulação do governo a partir de 2022. Os ex-secretários fazem parte ou do partido do governador Mauro Mendes (União Brasil) ou dos partidos da base de apoio. 

Se eleitos, eles formariam, sozinhos, mais de um quinto dos deputados em mandato na próxima legislatura. Isso significa que o governo já inicia o jogo eleitoral com a tendência de manter o peso de aliados na Assembleia Legislativa. 

“Isso não é algo que os eleitores percebem, nem a relação dos secretários com o governo é percebida às vezes, mas não se pode ignorar a movimentação dos bastidores, onde esse tipo de estratégia conta muito”, afirma. 

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