Comportamento

Psicóloga fala sobre consequências do bullying para crianças e adolescentes

Jaqueline Correa afirma que o bullying é um tema ainda muito negligenciado

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Psicóloga fala sobre consequências do bullying para crianças e adolescentes
Imagem Ilustrativa (Foto: Pixabay)

No mês no qual é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Bullying (7 de abril), a psicóloga e mestre em atendimento com jovens, Jaqueline Correa falou à rádio TRT FM 104.3 sobre as consequências que essa violência psicológica pode trazer para a vida de crianças e adolescentes.

Na entrevista, cujos principais trechos o LIVRE reproduz aqui, a psicóloga explica que o bullying é um tema ainda muito negligenciado.

O termo é de origem inglesa e significa intimidação ou ato de amedrontar alguém.

O bullying traz traumas para vida de crianças e adolescentes?

Com certeza. A gente até hoje sente um pouco dessa negligência quando escuta o tal do ‘mimimi’. Sim, o ‘mimimi’ trouxe consequências que nós vemos até hoje nos adultos. São pessoas ansiosas que não conseguem fazer escolhas de forma saudável porque sempre estão se questionando se estão certos, se as pessoas vão gostar do que eles estão fazendo e se os outros vão aprovar suas escolhas. O bullying causa vários impactos, entre eles, depressão muito grande.

Tem muita gente que confunde bullying com assédio. É a mesma coisa?

Os conceitos são parecidos. O que vai diferenciar é o local e a finalidade. O assédio pode ocorrer no ambiente de trabalho e pode ser caracterizado como sexual, de acordo com a finalidade. Porém, quando esse tipo de violência ocorre no ambiente escolar, entre pessoas menores de idade, aí é bullying.

Isso acontece em todas as faixas de idade?

Na criança existe uma agressividade natural que vai se perdendo com um seis ou sete anos de idade. Após isso, o bullying pode ocorrer se não for trabalhado de forma saudável a empatia, o que é certo e errado e a transgressão de regras. O agressor não está sendo ensinado tão bem sobre aceitar que o outro é diferente dele.

bullying nada mais é do que uma violência contra o jeito de ser da outra pessoa e pode ocorrer sobre vários temas que não são aceitos naquele convívio social. Alguém pode sofrer bullying simplesmente por ter muitos pelos, como eu já sofri na adolescência. É preciso trabalhar em casa e na escola a aceitação da diversidade, que cada pessoa tem um jeito para que a gente possa diminuir as taxas de bullying.

Quais os sinais podem identificar que alguém sofre bullying? Como prevenir?

Uma criança ou um adolescente que sofre o bullying apresenta sinais como isolamento muito frequente, irritabilidade, tristeza e alguns desenvolvem até uma certa ansiedade social, dificuldade de fazer amigos e de se relacionar em locais que tenha muita gente. Outro indício é o desenvolvimento de transtornos ansiosos depressivos, que se não for trabalhado adequadamente traz consequências para a vida toda.

O que fazer quando se constata que a criança está sofrendo o bullying?

O primeiro passo é identificar já que a criança ou adolescente que sofre bullying normalmente não vai verbalizar porque sente vergonha. Depois, manter a comunicação aberta tanto na família, quanto na escola de forma a gerar a confiança para uma conversa sobre o assunto. Explicar o que é o bullying, que é algo ruim, uma conduta inaceitável. O segundo passo é oferecer ajuda psicológica. É muito importante ter o espaço terapêutico como um local de desenvolvimento para trabalhar as questões que o bullying pode trazer: baixa autoestima, insegurança, timidez, entre outros prejuízos.

(Da Assessoria)

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