Ex-secretário de Saúde de Cuiabá e colaborador das investigações que resultaram na Operação Capistrum, Huark Douglas Correa disse ao Ministério Público não descartar a possibilidade de que o esquema de contratação de indicados políticos tenha extrapolado as fronteiras da Pasta que comandava.
Em depoimento, Huark disse haver a possibilidade de existir um esquema semelhante na Secretaria de Educação da Capital. O motivo da suspeita, segundo ele, é o fato de também ser um setor com grande quantidade de funcionários temporários.
Aos promotores, o ex-secretário disse que, certa vez, recebeu uma caixa com cerca de 400 contratos, acompanhados com a ordem do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para que fossem “regularizados”.
A maior parte dessas pessoas já estaria inserida na folha de pagamento da Secretaria de Saúde e precisavam, agora, da assinatura do então secretário para serem formalizadas nos cargos.
Conforme Huark, as contratações aconteciam via secretaria de Gestão, por isso a suspeita de que “intervenções” como essa possam ter ocorrido também em outras Pastas.
No total, Huark entregou 259 contratos de funcionários temporários indicados por aliados políticos do prefeito. Desses, o Ministério Público identificou que, pelo menos, 236 permaneceram trabalhando na prefeitura de 2018 até maio de 2021.
O que diz a Prefeitura?
Em nota publicada na terça-feira (19), o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, classifou como “desproporcionais e midiáticas” as medidas adotadas pelo Poder Judiciário e sustentou estar “à disposição das autoridades para esclarecimentos dos fatos“.