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“Pronação”: técnica ajuda no tratamento precoce da covid-19 e pode evitar intubação

Procedimento indicado pela OMS deve ser aplicado nas primeiras 48 horas em pacientes que apresentem falta de ar

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“Pronação”: técnica ajuda no tratamento precoce da covid-19 e pode evitar intubação
(Foto: Secretaria de Saúde Brasília)

Pacientes de bruços nos leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em muitas unidades de saúde do Brasil e do mundo se tornaram comuns. Eles fazem tratamento para a covid-19. A técnica tem nome: pronação. Ela melhora a função dos pulmões dos pacientes com insuficiência respiratória.

O procedimento foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para aqueles diagnosticados, não só com covid-19, mas com qualquer Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). É utilizada desde os anos 1970.

A prática tem sido aplicada, por exemplo, no Hospital Regional do Gama, em Brasília. Lá, a ideia é usar a posição para tratar as possíveis complicações que a covid-19 traz aos pulmões.

A reportagem do LIVRE tentou contato com a Secretaria de Estado de Saúde e com o Conselho Regional de Medicina em Mato Grosso para saber se a mesma recomendação vem sendo aplicada nos hospitais mato-grossenses.

Até o momento, não houve retorno. O espaço continua aberto para manifestações.

Eficácia x Estatística

De acordo com pesquisas, enquanto a maioria dos pacientes infectados não desenvolve complicações ou apresenta apenas sintomas leves, aproximadamente 14% evolui para um estágio mais grave que requer hospitalização, suporte de oxigênio e, por vezes, ventilação mecânica (VM).

Em relação à evolução dos quadros, a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é responsável por acometer entre 31% e 67% dos pacientes. A técnica pronação pode evitar esse estágio.

A posição faz com que haja distribuição mais uniforme do estresse e da tensão pulmonar, melhora da relação ventilação/perfusão, da mecânica pulmonar e da parede torácica.

De acordo com nota técnica da Associação Brasileira de Fisioterapia, tem contribuído para redução da duração da intubação e da taxa de mortalidade avaliada em um seguimento de 28 a 90 dias.

(Foto: Secretaria de Saúde Brasília)

Na prática

Segundo o coordenador de fisioterapia da emergência, Estevão Diniz, a equipe observou que os pacientes que recebem a técnica apresentam melhora considerável. Em alguns casos, quem possivelmente teria indicação de intubação, não foi necessário esse suporte.

“Conseguimos perceber uma melhora significativa nesses pacientes que chegam aqui com dificuldade respiratória e baixa oxigenação. Inclusive, no momento da alta, estamos recomendando a técnica para ser continuada em casa”, explica.

No protocolo adotado, o ideal é que a pronação seja utilizada nas primeiras 48 horas em pacientes que apresentem falta de ar. Ela é mantida por pelo menos 16 horas.

(Com Assessoria)

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