Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, quer regular o uso do chá de ayahuasca e reconhcer o Santo Daime como entidade religiosa. A proposta é da deputada Jéssica Sales (MDB-AC).
Em Cuiabá, os adeptos comemoram.
“É um ponto favorável porque vai dar mais segurança para as pessoas que estão à frente dos trabalhos. As pessoas também vão saber que se trata de algo com muita seriedade e critério”, diz Vagner Bispo Dutra, que faz uso do chá.
Cerca de cinco grupos se reúnem para os cultos e rituais na capital.
A ideia é que a ingestão do chá seja permitida em todo território nacional, nos locais previamente autorizados. A proposta também libera o uso por menores de 18 anos, desde que haja autorização de pais ou responsáveis.
Em contrapartida, as entidades que utilizam a ayahuasca deverão:
- manter ficha cadastral com dados dos seus membros;
- informar sobre os princípios do ritual ou culto, horários, normas;
- informar sobre os possíveis efeitos a respeito da ingestão da ayahuasca.
O projeto tramita em caráter conclusivo – quando não tem necessidade de passar pelo plenário da Câmara.
O chá
O chá é feito a partir do cozimento do cipó Mariri (Banisteriopsis caapi) e da folha da Chacrona (Psychotria viridis), plantas nativas da bacia Amazônica.
A bebida é classificada por pesquisadores como um enteógeno, ou seja, uma bebida capaz de “gerar uma experiência divina”.
Na atualidade, o chá Ayahuasca é utilizado pelas populações indígenas amazônicas em práticas religiosas, para o contato com o mundo espiritual e para cura de diversos males.
Há o registro do seu uso por pelo menos 72 etnias indígenas na Amazônia, em países como Brasil, Peru, Equador, Colômbia e Bolívia.
(Com Assessoria)