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G.T.S. tem 36 anos e cumpre pena há dois anos na Penitenciária Major PM Eldo Sá Correa, mais conhecida como Mata Grande, em Rondonópolis (distante 214 km de Cuiabá). Uma tentativa de latrocínio – roubo seguido de morte – afastou o preso do dia a dia das lavouras, onde atuava como operador de máquinas agrícolas.
Ele e outros 24 internos da unidade serão beneficiados pelo Projeto Japuíra, que ensina costura industrial e é oferecido pela Associação Mato-grossense das Produtores de Algodão (Ampa). “É a possibilidade de ter uma nova vida”, afirmou G.T.S., cuja mãe trabalha com costura no município de Campo Verde.
A assinatura do convênio entre a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e a Ampa para inserir a primeira turma no Projeto Japuíra levou o presidente da entidade, Alexandre Pedro Schenkel, à Penitenciária de Mata Grande, na tarde dessa terça-feira, 22. A solenidade, realizada com a presença dos alunos escolhidos para iniciar o curso, reuniu o secretário Airton Siqueira Junior, o diretor da Penitenciária, Ailton Ferreira, e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Rondonópolis, Milton Mutum (que representou o prefeito José Carlos do Pátio).
“Mato Grosso produz mais de 50% do algodão brasileiro e é o maior produtor do país. Boa parte desse sucesso devemos à mão de obra que atua na cotonicultura e esperamos que, com o projeto Japuíra, vocês passem a integrar a cadeia produtiva do algodão”, afirmou Schenkel.
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Projeto
Idealizado em 2004 por Alvaro Salles, atual diretor do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), o Japuíra já levou a milhares de pessoas a possibilidade de qualificação em costura industrial, com uma carga de 528 horas/aula, geralmente realizada em 90 dias de treinamento intensivo.
No caso dos reeducandos da Mata Grande, o treinamento poderá durar de 100 a 120 dias, em razão das normas internas. A unidade conta com um setor de costura, com cinco máquinas, onde são confeccionados uniformes para os presos.
Parceria
O Japuíra é executado em parceria com prefeituras municipais ou entidades beneficentes que assumem uma contrapartida, como a formação do grupo (em geral, por mulheres de comunidades de baixa renda) e a disponibilização de infraestrutura e segurança. Cabe à Ampa/IMAmt oferecer as máquinas de costura industrial, duas instrutoras e material de consumo necessário (tecidos, linhas, etc) durante os 45 dias iniciais do treinamento. Durante os outros 45 dias, o material de consumo deve ser fornecido pelo parceiro. As máquinas ficam com os parceiros até um ano após a conclusão do curso para que os novos costureiros possam iniciar uma atividade produtiva, o que no caso da maioria dos grupos formados até hoje se dá por meio de cooperativas.
