No ano em que a capital mato-grossense completa 300 anos, tramita na Câmara de Vereadores um projeto de lei que prevê a obrigatoriedade do ensino de história, geografia e literatura regional nas escolas de ensino médio em Cuiabá. A proposta se justifica na valorização cultural do Estado e na “correção de uma distorção secular na educação pública”.
Se a proposta for aprovada em plenário e sancionada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), a Secretaria Municipal de Educação (SME) ficará responsável por criar normas e programas básicos para a inclusão das três disciplinas no currículo escolar já a partir de 2020.
A novidade projeto de lei, cujo autor é vereador Toninho de Souza (PSD), é a inclusão de conteúdo produzido por artistas e profissionais mato-grossenses, que vão complementar o que já é aplicado em sala de aula – no caso da literatura –, como suporte para interpretação e produção de texto.
“Essa é uma demanda antiga dos intelectuais mato-grossenses. Estudar a própria cultura é uma postura política afirmativa, que busca a identidade e resistência à descaracterização de nossos patrimônios”, avaliou o escritor Eduardo Mahon, membro da Academia Mato-grossense de Letras (AML) e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT).
Autor de 10 livros, Mahon também defende a regionalização do ensino como ferramenta de cidadania. “Se ensinamos nossos jovens a gostar da nossa história, refleti-la e a produzir textos sobre ela, estaremos formatando cidadãos comprometidos com a cidade”, concluiu.
(Com assessoria)