O Palácio Paiaguás, sede do Governo de Mato Grosso, recebeu na tarde desta sexta-feira (7) duas diferentes manifestações. A primeira trata-se dos professores da rede estadual de educação, em greve desde o dia 27 de maio. Já a segunda, dos funcionários da Santa Casa, que devem receber os salários atrasados em seis parcelas.
Juntos, os profissionais manifestavam o descontentamento com as medidas tomadas pelo Estado diante das duas situações. No caso da greve, o governo anunciou recentemente o corte de ponto dos profissionais da educação, inclusive daqueles que não aderiram à paralisação.
Diante do ocorrido, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que uma folha de pagamento suplementar deve ser gerada, caso sejam constatadas falhas. Em relação as reivindicações do movimento grevista, o Estado afirmou não ter condição para conceder o reajuste de 7,69%, já que estourou o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
No entanto, durante a manifestação desta sexta-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Valdeir Pereira, não poupou críticas ao Executivo, especialmente sobre as negociações.
“O que nós recebemos na terça-feira é um amontoado de papeis, porque não tem proposta alguma. O Governo do Estado lava as mãos e diz que na melhor das hipóteses somente em 2023 que nós poderemos discutir valorização profissional, que é o cumprimento da lei 510”, disse o sindicalista.
Enfraquecimento
Diante do corte de pontos, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM) disse durante sessão realizada nesta quinta-feira (6) que o movimento grevista estaria perdendo força, já que não recebe o apoio da população e nem dos próprios profissionais.
“Acho que temos que encontrar uma saída para a greve, ela tem que terminar, é um movimento que está enfraquecido, que não tem o apoio da população, não tem o apoio da maioria dos professores e dos profissionais da educação. Temos que encontrar uma saída para essa greve, mas com moral para o sindicato [Sintep]. O sindicato é importante para a categoria, é importante achar uma saída para acabar com essa greve”, pontuou o presidente.
No entanto, a assessoria do sindicato negou a informação e confirmou que muitos municípios votaram pela continuidade da greve. Na próxima segunda-feira (10), a categoria se reúne em assembleia geral, em Cuiabá, para definir sobre a continuidade.
Santa Casa
Já em relação à Santa Casa, os sete meses de salários atrasados dos funcionários serão pagos em seis parcelas, com início já em junho. A afirmação é do secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, que apresentou o cronograma elaborado para quitar as dívidas.
A unidade, que estava fechada desde março, passa por um processo de intervenção e ganhou um novo nome: Hospital Estadual Santa Casa. Para a reabertura, com data a ser confirmada, o Estado contará com um aporte de R$10 milhões já confirmados pelo ministro da Saúde, Luiz Mandetta.
O outro lado
Nós entramos em contato com a assessoria de imprensa da Casa Civil, que informou ao LIVRE que em relação às duas situações, não há novidades e que o Estado deve manter o mesmo posicionamento para ambas.
Nós também entramos em contato com a assessoria de imprensa da Seduc, que até o fechamento desta matéria não se posicionou sobre o assunto.