Produtores de soja e milho de Mato Grosso prometem uma retaliação ao governo do Estado por conta do recente aumento das taxas cobradas do setor: eles devem evitar a compra de máquinas agrícolas até o fim de 2019.
A medida atingiria a gestão Mauro Mendes (DEM) – que propôs o aumento das cobranças – porque o ICMS desse maquinário não seria arrecadado pelo Estado.
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A decisão foi anunciada em audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa. O encontro, do qual participaram mais de 300 produtores, debateu a cobrança do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) sobre a produção de milho.
“O governador não pode inviabilizar a produção do milho em Mato Grosso”, disse o presidente da Aprosoja, Antonio Galvan.
Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apresentados no encontro, apontam que as contribuições ao governo federal e estadual chegam a R$ 400 por hectare.
O superintendente do Instituto, Daniel Latorraca, destacou que o valor parece pequeno, já que é de R$ 0,50 por saca de milho, mas que, somado ao Funrural e outras contribuições e taxas, acaba tornando a atividade produtiva em Mato Grosso cara.
Autor do pedido que resultou na audiência pública, o deputado estadual Ulysses Moraes (DC) disse ser contra a contribuição do milho para o Fethab e qualquer outro aumento de imposto.
Já o deputado Xuxu Dal Molin (PSC) defendeu uma diminuição da máquina púbica e corte no repasse aos demais Poderes, entre eles a própria Assembleia Legislativa.
Fora do plenário
A audiência pública foi polêmica. Estava marcada para acontecer no plenário da Assembleia Legislativa, mas o local foi alterado pouco antes do início, o que gerou descontentamento por parte de Ulysses Moraes.
O debate não contou com presença de membros do governo.