Produtores do médio-norte de Mato Grosso foram os primeiros do país a conhecer uma lavoura com a nova tecnologia em soja da Bayer, a Intacta 2 Xtend, com proteção contra as principais lagartas da cultura da soja e tolerante ao dicamba, um defensivo que controla plantas daninhas de folhas largas.
Nesta semana, em Lucas do Rio Verde, sojicultores acompanharam os testes com a cultivar e visitaram uma área do programa Eleitos I2X, onde a performance da nova tecnologia e o manejo inteligente são demonstrados na prática, ou seja, no campo.
Em uma lavoura teste, as boas práticas de manejo são repassadas até mesmo para os produtores mais experientes. Os mais novos, como é o caso da Luana Belusso, que tem propriedade em Nova Ubiratã, de imediato aceitam as dinâmicas propostas pela Bayer, entre elas, a regulagem de um pulverizador.
“Eu penso em escolher a nova tecnologia caso os testes demonstrem uma vantagem de produtividade em relação à Intacta RR 2Pro, escolheria pensando na produtividade”, disse.
A questão do manejo inteligente também foi trabalhada durante o encontro e reflete na segurança da lavoura, pois a nova cultivar é resistente não só ao glifosato, mas também ao dicamba, um defensivo que ainda gera dúvida por parte de alguns produtores.
O diretor de Pesquisa da Fundação Rio Verde, Fabio Pittelkow, que tem acompanhando os trabalhos na lavoura experimental, lembra que o produto é seguro e que a tecnologia foi adaptada para Mato Grosso. “A única diferença em relação aos demais defensivos, é a distância da aplicação e a nova formulação, todo o resto os produtores já conhecem”, disse.
A Bayer recomenda ainda que haja um refúgio de 50 metros de distância para as espécies sensíveis ao produto, “é como se fosse uma faixa de segurança, o produtor poderá plantar nessa faixa, só não poderá fazer a aplicação do dicamba”, explicou o pesquisador.
Segundo o gerente de lançamento da nova plataforma, Fábio Passos, com estas áreas experimentais, a Bayer vem reforçando a questão do manejo inteligente como forma de potencializar a produtividade com a nova cultivar, ao mesmo tempo em que traz segurança para o produtor quanto ao uso do dicamba.
“Quando o produtor faz conta, ele entende a importância de seguir o passo a passo, para que não haja desperdício ou falhas durante a aplicação, minimizando os custos e os riscos”, explica Passos.
A jovem agricultora, porém, não esconde a preocupação em relação ao manejo com o dicamba. “É preciso usar com responsabilidade, assim como qualquer outro defensivo, mas, por ser novo, ainda gera algumas incertezas”, avalia.
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Tolerância ao Dicamba – Para a Bayer, segundo Passos, esse é um dos principais benefícios da nova biotecnologia, pois, em todo o mundo, há estudos que comprovam a eficácia do dicamba no combate as plantas daninhas de folhas largas, que causam perdas importantes durante a safra.
Para atender o sojicultor que optar pela Intacta 2 Xtend, a empresa alemã está trazendo para o mercado brasileiro uma terceira geração do produto, uma nova formulação, com adjuvantes de deriva, cuja redução da volatilidade chega a 95% se comparada a primeira geração. “A Bayer também testou qual o melhor bico para aplicação pensando na eficácia e assertividade do produto”, completou Passos.
No Brasil – Em todo o país, 254 propriedades estão participando do programa Eleitos I2X, sendo 48 só em Mato Grosso. Toda a soja cultivada nestas áreas testes serão destruídas durante a colheita. A expectativa é reunir cerca de dez mil produtores em pelo menos sete estados.
Mais de 80 profissionais trabalham para colocar a nova tecnologia no mercado na safra 2021/22, mas a liberação ainda depende da aprovação dos principais países compradores do grão brasileiro, como a China.