Judiciário

Produtor rural assume tiro, mas nega intenção de matar agrônoma em briga de trânsito

Jackson Furlan está preso desde novembro de 2019 pela morte de Júlia Barbosa de Souza, de 28 anos, em Sorriso

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Produtor rural assume tiro, mas nega intenção de matar agrônoma em briga de trânsito
(Foto: Reprodução)

O produtor rural Jackson Furlan, de 32 anos, acusado de matar a agrônoma Júlia Barbosa de Souza, de 28 anos, em Sorriso (394 km de Cuiabá), assumiu que atirou contra a caminhonete onde a vítima estava com o namorado. Porém, o atirador negou que tivesse a intenção de matar a jovem. “A intenção era assustar”, definiu em seu interrogatório durante o tribunal do júri.

O julgamento está sendo realizado nesta quinta-feira (18) e Jackson negou que tenha perseguido o carro onde Vitor Giglio e a namorada, Júlia, estavam. Em sua versão, o produtor rural disse ter sido provocado pelo condutor do veículo.

O crime

O crime aconteceu em novembro de 2019. De acordo com a Promotoria, Vitor e Júlia voltavam da casa de amigos quando passaram em um posto de combustíveis. Ao saírem do local, a caminhonete onde estavam, seguiu atrás de um outro carro, um gol que estava com uma velocidade bem abaixo do previsto na via.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Jackson teria buzinado constantemente. Vitor seguiu ignorando o outro motorista e, foi então, que teve início a perseguição, com mais buzinadas e o produtor teria tentado acertar o carro e Vitor.

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Durante a perseguição, a vítima, conforme o MP, efetuou uma conversão proibida na avenida para deixar o acusado passar. Mesmo assim, Jackson teria insistido e acabou, em um determinado momento, obstruindo subitamente a pista, ocasião em que disparou na direção do rosto de Vitor, atingindo Júlia, que estava ao seu lado. A jovem foi socorrida, mas não resistiu ao tiro na cabeça.

“De acordo com o apurado através de perícia técnica realizada no local do crime e junto ao automóvel de Vitor, constatou-se que o disparo foi efetuado em direção ao condutor do veículo, Vitor, entretanto, por circunstância alheia a vontade do denunciado, Júlia foi alvejada fatalmente”, diz a denúncia do MP.

Júlia estava na cidade para visitar o namorado (Foto: Acervo pessoal)

Confissão

Em seu interrogatório, Jackson negou que perseguiu a caminhonete onde estava o casal. Em sua versão, alega que ficou atrás do veículo porque não conseguia ultrapassar, uma vez que Vitor andava devagar.

Com relação ao tiro, o qual Jackson confirmou ter sido disparado, disse que estava “cego” no momento em que pegou a arma. Pois, minutos antes, quando os dois carros ficaram emparelhados, segundo o produtor rural, o namorado da vítima o teria xingado e dito muitas palavras de baixo calão.

Jackson informou que não tinha porte de armas, nem treinamento de tiro. O revólver teria sido adquirido após o produtor rural ter sido vítima de furto.

O acusado disse que não viu que tinha outra pessoa no carro e que só soube da morte de Júlia no dia seguinte.

“Eu estava cego de emoção, quando chegou nos dois cruzamentos, peguei a arma, e fiz esse movimento (demonstra como fez para atirar). Eu não mirei, não parei a caminhonete. Não vi se tinha vítima, não tive a intenção de acertar a caminhonete, não vi que tinha outra pessoa além do Vitor”, narrou antes de dizer que a intenção era assustar o outro condutor.

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