A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, vai voltar julgar ações referentes a Operação Rêmora, que apurou desvio de dinheiro público da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em 2014, para pagamento de dívidas de campanha. A decisão é do juiz Jorge Luiz Tadeu, que remeteu o processo à juíza no dia 2 de abril.
Conforme a decisão do magistrado, depois que a juíza se declarou impedida de julgar a ação, porque sua filha, Marcela Abdalla, fazia parte da banca de defesa, o advogado Huendel Rolim protocolou na Justiça que a jovem não faz mais parte do quadro de advogados do seu escritório.
“Desta forma, considerando que cessou a causa de impedimento, remetam-se os autos a Dra. Ana Cristina Silva Mendes para processar e julgar o presente feito”, diz trecho da decisão.
Na ação, figuram como réus os empresários Alan Ayoub Malouf e Giovani Belatto Guizardi, o ex-secretário da Seduc, Permínio Pinto Filho, e os ex-servidores Fábio Frigeri e Wander Luiz dos Reis.
Operação
O Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi quem investigou o caso e deflagrou a Operação Rêmora. Em 2016, o ex-secretário Permínio Pinto foi preso, acusado de operar um esquema de direcionamento de licitação e desvio de dinheiro de obras de escolas em Mato Grosso. Ele deixou a prisão cinco meses depois.
O objetivo dos desvios seria pagar dívidas da campanha eleitoral de 2014 do, até então, senador e candidato ao governo do Estado Pedro Taques, atualmente filiado ao PSDB.
Segundo o Gaeco, R$ 56 milhões em obras da Seduc estavam na mira da quadrilha. Como o esquema foi desbaratado no início, o governo estima que cerca de R$ 400 mil foram desviados.
