O primeiro dia do ano letivo de 2019 da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), esta segunda-feira (6), é marcado por um clima de incerteza e de possível paralisação das atividades. O motivo é o anuncio do governo federal de um corte de 30% no orçamento da instituição para este ano. Segundo o professor Maelison Neves, o momento vivido agora é para se pensar muito além de uma greve.

“O cenário agora não é apertar os cintos por conta de orçamento limitado. Isso as universidades já fazem há anos. A questão agora é a sobrevivência da universidade. Os estudantes precisam pensar. Se eles temem a greve por conta da suspensão das aulas, então eles precisam se juntar à discussão, porque o risco agora é a suspensão definitiva das atividades da universidade”, afirma o professor.

No final de abril, o governo federal já havia anunciado um corte de verba para o ensino de Filosofia e Sociologia. Em nota publicada no último domingo (5), a UFMT declarou que o corte extra de 30% em seu orçamento para este ano, compromete o desempenho, o avanço e leva a universidade à beira de um “retrocesso inimaginável”.

O texto afirma que a universidade, há muito tempo, esbarra na ausência de recursos financeiros suficientes para apoio à pesquisa, à extensão e ao ensino de qualidade. Também para a conclusão de obras (salas de aula e laboratórios), para a aquisição e manutenção de equipamentos e, principalmente, para a contratação de pessoal.

A nota, entretanto, não cita a possibilidade de paralisação das atividades como forma de protesto. Manifestações nesse sentido partiram do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) que, em conjunto com outras entidades do setor, elaborou um calendário de mobilização.

A convocação dos profissionais é por uma paralisação nacional no dia próximo dia 15. Já a Associação dos Docentes da UFMT (ADUFMAT), conforme calendário próprio, se reúne nesta quinta-feira (9), em assembleia extraordinária, para discutir a atual conjuntura. A possível paralisação e a campanha de lutas pela defesa das universidades públicas são os tema da pauta.

“A paralisação do dia 15 reúne os níveis básicos e superior de educação em defesa da educação pública de qualidade e luta contra a reforma da Previdência, que são dois direitos do cidadão previstos em Constituição.” explica Maelison.

Segundo Caroline Lima, 1ª secretária do ANDES-SN, as atividades de mobilização programadas servem para preparar o sindicato e as seções sindicais debaterem e analisarem a paralisação deste mês e também uma eventual greve geral, que está indicada para ter início em 14 de junho pelas centrais sindicais.

Confira o calendário de mobilização indicado na Circular 164/19:

– De 2 a 13 de maio – Rodada de assembleia geral, com a pauta “Greve Nacional da Educação no dia 15 de maio”.

– Dias 8 e 9 de maio – atividade em Brasília em defesa da Ciência e Tecnologia Pública.

– Dia 15 de maio – Greve Nacional da Educação.

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