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Presidente de sindicato dos Correios e carteiros são presos acusados de agredir PMs

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Presidente de sindicato dos Correios e carteiros são presos acusados de agredir PMs
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Membros da diretoria do Sindicato dos Correios de Mato Grosso (Sintect) foram presos na noite de domingo (2), acusados de desacatar e agredir policiais militares e ameaçar vizinhos da sede do Sintect. A motivação: uma festa com som alto.

Acabaram presos após a confusão o presidente do sindicato, Edmar dos Santos Leite, 34 anos; o diretor do Sintect, Everaldo Nunes de Souza, 41 anos; o agente dos Correios Douglas Pereira da Silva, 34 anos; o agente de distribuição e coleta dos Correios, Jonas Oliveira dos Santos Lemes, 37 anos; o carteiro José Pereira Miguel, 49 anos; e o vigilante da rede municipal de educação, Lucas Augusto Bucoscki de Camargo, 24 anos.

Dentre as acusações, está a que eles teriam partido para cima dos policiais quando receberam voz de prisão. Com a investida, tentaram roubar a arma de um dos militares, dando uma chave de braço nele, e colocando outro policial contra a parede.

A festa

Conforme o boletim de ocorrência, a festa no sindicato teve início por volta das 17h. Foi regada a álcool e som alto, ao ponto de incomodar a vizinhança. Entre os vizinhos que se incomodaram com o barulho estavam os residentes de uma casa de amparo a pessoas em tratamento de câncer.

A Polícia Militar teria sido chamada a primeira vez por volta das 22h45. Na oportunidades, os vizinhos relataram já ter tentado conversar com os responsáveis pela festa, que os teriam ignorado e até desafiado a chamar a Polícia.

Uma equipe da PM esteve no sindicato e pediu que o volume do som fosse abaixado, o que foi feito, porém, assim que os policiais saíram, o som voltou ao normal.

Por volta das 23h40 os moradores da região chamaram novamente a polícia, que ficou cerca de 10 minutos conversando com os responsáveis pela festa. Mais uma vez, o volume do som foi abaixado, mas somente durante o período em que a equipe da PM estava presente. Assim que os policiais saíram, o som foi elevado de novo.

A partir daí, segundo o que consta no boletim de ocorrência, os festeiros se exaltaram e começaram a ameaçar os vizinhos, gritando que iriam “acertas as contas com eles”. Um deles teria dito que “nós estamos aqui somente de passagem, mas vocês estão fixos no local e são fáceis de serem encontrados”.

Foto: Reprodução/ Google Maps

Para agravar a situação, as pessoas que estavam na festa começaram a gritar junto ao som alto, causando uma algazarra ainda maior, na avaliação dos vizinhos, que chegaram a gravar um vídeo na tentativa de comprovar os motivos das queixas.

Os moradores, então, mais uma vez acionaram a polícia, que, dessa vez, foi até o local com três viaturas. Aos integrantes da festa foi pedido que saíssem do sindicato e fossem até a delegacia. Mas o pedido não foi acatado.

A confusão

O boletim de ocorrência narra que os policias tentaram diversas vezes resolver a situação de forma amigável, mas os festeiros estavam irredutíveis e  correram para os fundos do sindicato. De lá, passaram a xingar os policiais e desafiá-los a entrar no local.

Como os suspeitos estavam resistindo e desacatando as equipes, cinco policiais pularam a grade do sindicato e deram voz de prisão a eles, que imediatamente partiram para cima da equipe.

“Inclusive agrediram fisicamente e tentaram tomar a arma de fogo do cabo PM R. Dantas, aplicando um golpe de chave de braço, causando lesão no pulso esquerdo e lesão no joelho esquerdo e empurraram o soldado PM Amorim contra a parede”, diz trecho do boletim de ocorrência.

Como estavam em perigo, os policiais tentaram reagir usando força física e os que estavam do lado de fora do sindicato precisaram usar spray de pimenta para conter os suspeitos. Porém, nada disso os impediu de continuar agredindo a equipe.

Um soldado, então, deu um tiro de alerta, não acertando ninguém, e foi solicitado apoio policial. Uma equipe da Rotam precisou intervir. Só assim os membros do sindicato foram contidos e pararam de resistir à prisão, sendo todos algemados.

Dois dos suspeitos precisaram ser encaminhados a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão, onde receberam atendimento médico e foram liberados. Os demais estavam com marcas nos pulsos por causa das algemas, escoriações, ou olhos vermelhos motivados pelo spray de pimenta.

Um advogado acompanhou o registro da ocorrência representando os suspeitos.

O caso foi registrado como perturbação da tranquilidade, resistência, desobediência, desacato a autoridade e lesão corporal.

Outro lado

O LIVRE entrou em contato com o Sindicato dos Correios na manhã desta segunda-feira (3), porém, a secretária que atendeu o telefonema disse não estar autorizada a dar um posicionamento sobre o caso. Ela informou ainda que o assessor de imprensa do Sintect está em viagem e, por isso, não poderia se manifestar. Ela não quis fornecer o contato dele ou de outra pessoa que pudesse responder pelo Sintect.

Às 12h30 o presidente do sindicato, Edmar dos Santos Leite, respondeu ao LIVRE afirmando que havia acabado de sair da delegacia e que a ocorrência trata-se, na realidade, de perseguição política contra o sindicato.

“Isso foi toda uma situação provocada porque o sindicato está organizando uma luta para defender a previdência dos trabalhadores, a manutenção dos Correios públicos e contra o corte da educação”, disse Edmar, que ficou de se posicionar com maior clareza sobre o ocorrido assim que possível.

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