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Pregão de remédios levou sete meses para ficar pronto

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Pregão de remédios levou sete meses para ficar pronto

Ednilson Aguiar/O Livre

 secretária de Saúde de Cuiabá, Elizeth Lúcia de Araújo

Secretária de Saúde de Cuiabá, Elizeth Araújo: empresas que vencem licitação nem sempre conseguem entregar remádios no prazo

Um planejamento para compra de remédios que se arrasta desde agosto do ano passado foi uma das principais causas para a atual ausência de medicamentos nos postos de saúde e nas Farmácias de Alto Custo de Cuiabá. A própria secretária de Saúde, Elizeth Araújo, admitiu nesta sexta-feira (23) que o fato de ter escolhido fazer uma licitação mais “cuidadosa” causou déficit nas prateleiras das unidades de saúde do município. 

O período de planejamento só finalizou nesta quinta-feira (23) com a publicação do pregão para realizar as compras. Neste ínterim, Elizeth diz ter discutido com médicos, enfermeiros e farmacêuticos para entender quais medicamentos faltavam na rede municipal e quais poderiam ser descartados.

“Dessa vez nós não fizemos um planejamento de gabinete, que é pegar o que você comprou ano passado, repetir este ano e comprar de novo.”, comentou ela. A demora na atualização do estoque ocasionou em uma série de investigações abertas pelo Ministério Público Estadual para investigar a falta de remédios.

“O planejamento cuidadoso para não faltar lá na frente atrasou sim o processo. Você pode escolher fazer um processo em 30 dias de qualquer jeito ou fazer ele em quatro meses bem elaborado para durar dois anos”, concluiu a secretária. Apesar do pregão já ter sido publicado nesta quinta-feira (22), o certame pode demorar mais 90 dias para ser homologado, o que pode atrasar ainda mais as novas compras.

Medidas paliativas

Por conta disso, uma compra emergencial – sem licitação – deve ser viabilizada até março deste ano. O total a ser gasto será de R$ 30 milhões. Um total de 562 medicamentos e 300 insumos devem ser adquiridos. Os medicamentos deverão ser assegurados aos pacientes por até seis meses.

Ao mesmo tempo em que realiza novas compras, a Prefeitura precisa quitar dívidas com as fornecedoras de medicamentos, que chega a R$ 6 milhões. Metade deste valor, segundo Elizeth, foi pago com um repasse do governo do Estado para pagamento de leitos de UTI da rede municipal, mas o restante segue pendente.

Ao todo, conforme a Secretaria, são 249 itens que estão em falta ou em quantidade reduzida nas unidades de saúde e nas farmácias. Os gestores de Saúde de Cuiabá planejam orientar os médicos a prescrever somente o que há no estoque. A ideia é driblar o déficit até que a compra emergencial seja realizada.

“A maioria do que está em falta tem como ser substituída. Se falta na forma comprimido pode ser substituído na forma xarope. Nós estamos sensibilizando os médicos a prescrever o que nós temos”, afirmou Elizeth. Apesar disso, a falta de informatização sobre o estoque pode travar a medida, já que os médicos não sabem o que está e o que não está em falta.

 

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