O trauma das obras da Copa do Mundo de 2014 ainda assombra parte dos cuiabanos. Reflexo disso é o misto de entusiasmos com uma obra há tempo necessária, mas o descrédito no prazo de conclusão dela que envolve quem vive nas imediações da Avenida das Torres. Trata-se do viaduto que promete desafogar o trânsito no cruzamento com a Avenida Itália.
A obra foi lançada nesta terça-feira (18) pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). A previsão de conclusão é clara: daqui a 12 meses. O custo também: R$ 16,3 milhões. E o empreendimento até já tem nome: o do ex-vereador Juca do Guaraná, que faleceu em julho de 2018.
Mas, embora a ordem de serviço tenha sido dada, o secretário de Obras Públicas de Cuiabá, Vanderlucio Rodrigues da Silva, reconhece que ainda não há previsão exata para seu início. Segundo ele, o consórcio que venceu a licitação se prepara para montar o canteiro “nos próximos dias”.
E a prefeitura – também de acordo com Vanderlucio – ainda trabalha na criação de rotas alternativas para o trânsito local. Para a construção do viaduto, é provável que o tráfego, em algum momento, tenha que ser interrompido.
Adenei Gusmão de Oliveira trabalha na região das duas avenidas e acredita que a obra será importante. Ele afirma que, diariamente, o trânsito é intenso no local, principalmente entre 17 horas e 19 horas.
Mas Adenei não espera ver um viaduto no prazo programado pela prefeitura. “Uma boa essa obra! Vai desafogar o trânsito, mas não acredito no prazo de um ano. Lembro das obras da Copa, que foi um transtorno. Se fizer para terminar é uma boa, se ficar como as obras da Copa é complicado”, disse.
Morador de um dos condomínios da região, Vinicius Maurício Almeida, diz que ninguém sabe ainda sobre as rotas alternativas para fugir da obra. “A única rota alternativa que fiquei sabendo era uma nova avenida atrás do [Parque] Tia Nair”, ele disse, sobre uma via que ainda não existe.
“Não dá para confiar no serviço público oferecido no Brasil. O que é para demorar seis meses leva três ou quatro anos para ficar pronto. Um ano para erguer o viaduto é tempo suficiente, mas eu não acredito que vá levar apenas 12 meses”, completou.
Já Samuel da Mata, proprietário de uma loja de veículos bem em frente à futura construção, acredita que, se tudo sair como o planejado pela prefeitura, seu negócio não deve sofrer transtornos.
Ele destaca, no entanto, que antes de se tornar empresário, foi servidor púbico e que sabe que será difícil construir o viaduto em apenas um ano. “Vai ser bom, a obra vai ser boa, mas ainda não conversaram com a gente sobre a necessidade de travar tudo”, disse, pontuando acredita que medidas assim não devem ser necessárias.
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