Como as vacinas contra o covid não chegaram no ponto de vacinação, o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, suspendeu a imunização dos militares em Cuiabá, que começaria nesta quinta-feira (8). O processo será reiniciado na sexta-feira às 9h para os 1.601 servidores com idade entre 73 e 48 anos.
Desde às 7h da manhã, servidores da PM, PRF, Corpo de Bombeiros e Forças Armadas estão na unidade do Sesi, no bairro Porto. Contudo, a Prefeitura de Cuiabá, responsável pela aplicação, não compareceu ao depósito para pegar as doses.
Após uma espera de cinco horas, por volta das 12h, Bustamante achou por bem adiar a vacinação dos profissionais da Segurança Pública. Vale lembrar que o problema aconteceu apenas na Capital, nos demais municípios de Mato Grosso os agentes já foram vacinados como o cronograma previa.
Conforme a secretário Alexandre Bustamante, a vacinação dos militares e a inclusão deles no grupo prioritário foi fruto de uma intensa articulação com o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE) e foi aprovado pelo Conselho dos Secretário de Saúde.
Bustamante afirmou que, desde segunda-feira (5), a Secretária de Estado de Segurança Pública (Sesp) está encaminhando os documentos necessários e fazendo parcerias para facilitar o processo.
Uma delas foi com o sistema Fiemt, que disponibilizou o prédio no porto para atender apenas os militares e, assim, evitar mais aglomerações no Centro de Eventos do Pantanal, o ponto central de vacinação para a população de Cuiabá.
No entanto, no plano de imunização, cabe a prefeitura identificar quem recebe a vacina, lançar a dose e o lote no cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) do usuário. Para que haja o controle, apenas o Município recebe o login e a senha do sistema do Ministério da Saúde.
“Fizemos a nossa parte, mas não podemos pegar as doses. A aplicação é atribuição exclusiva das prefeituras. Então, estamos reféns. Nos outros municípios, os militares mais idosos já foram vacinados. As prefeituras com menor contingente, chegaram a atender 100% dos servidores”.
Sem comunicação
O deputado estadual Elizeu Nascimento também estava no local e apresentou críticas a prefeitura de Cuiabá. Ele afirmou que a expectativa pela vacina era muito grande porque os militares se preocupam com eles e com a família deles também.
“O pior é que não há um retorno da prefeitura. Nem o prefeito e nem as autoridades atendem sequer o telefone para dar um justificativa”, afirmou.
O que a prefeitura tem a dizer?
A prefeitura de Cuiabá, por meio de nota, assegura que a não vacinação dos militares é uma responsabilidade do governo do Estado.
Leia nota na íntegra:
“ Em relação à vacinação dos membros das Forças Armadas e Forças de Segurança Pública, a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS) informa que:
– Não recebeu vacinas destinadas a esse grupo. Conforme resolução da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) nº 21, as 22.515 doses recebidas o último dia 5 devem ser usadas da seguinte forma:
2.575 doses de Astrazeneca, voltadas para segunda dose de trabalhadores da saúde; 19.940 doses da Coronavac, sendo 17.970 doses para segunda aplicação de trabalhadores da saúde e de idosos e 1.970 doses para primeira aplicação de idosos de 65 a 69 anos.
– A Secretaria de Estado de Saúde sugeriu ao Município que retirasse dessas doses uma parte para iniciar a vacinação dos membros das Forças Armadas e Forças de Segurança Pública, o que foi negado, diante da responsabilização legal que pode advir disso. Necessário informar, que neste caso, a responsabilidade pela vacinação é da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso.
– A SMS destaca que não participa da organização da vacinação dos membros das Forças Armadas e Forças de Segurança Pública, que é da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
– A SMS informa que apenas participou oferecendo a capacitação para que os próprios servidores atuassem na vacinação, desde o registro até a aplicação das doses, no caso daqueles que têm formação na área da Saúde.
-Em relação às doses destinadas ao grupo, a SMS esclarece que aguarda a resolução CIB Ad Referendum que regulamenta a distribuição de doses para a SESP.”