Secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo disse nesta sexta-feira (6) que a Prefeitura de Cuiabá recusou medicamento comprado pelo Estado para tratamento da covid-19.
O repasse teria produtos do kit-covid (invermectina, azitromicina) e corticoide. Os primeiros são usados para controlar a carga viral nos primeiros dias de sintomas da doença, o segundo já numa mais avançada, no combate à infecção pulmonar.
“O governo fez uma aquisição robusta de medicamento para os 141 municípios, numa proporção em torno de 8% da população. Os medicamentos que vieram para a unidade básica de saúde de Cuiabá, muitos ainda estão na nossa central de distribuição”, afirmou o secretário.
Segundo ele, a prefeitura enviou um ofício para a SES informando que parte dos medicamentos que lhe caberiam seria cedida e outra parte teria sido dispensada pelo município.
O uso de medicamento nas fases iniciadas da doença foi aprovado após avaliação de uma comissão composta pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e representante da Secretaria de Saúde, dois meses após o início da pandemia.
Paralelamente, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) anunciou que faria compra dos mesmos medicamentos para a distribuição na rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS) em Cuiabá.
O que diz a Prefeitura?
Em nota, a Secretaria de Saúde de Cuiabá informou que a SES “demorou” na compra do medicamento para distribuição na atenção básica, o que levou a prefeitura a fazer compra própria, no pico da pandemia.
A transferência só teria ofertada recentemente, quando a necessidade do município se restringia a azitromicina e dipirona.
“A Secretaria de Estado de Saúde só agora disponibilizou azitromicina, dipirona e ivermectina. A Secretaria Municipal de Saúde, ao consultar o estoque, constatou a necessidade de 61.255 comprimidos de azitromicina 500Mg e 496.160 comprimidos de Dipirona 500Mg. Em relação à ivermectina, a SMS possui em estoque 529.000 comprimidos”, disse.
Ainda conforme a secretaria municipal, no mês passado foram entregues 7 mil comprimidos de invermectina; no auge da pandemia, em junho, foram dispensados 30 mil.
“Sendo assim não há necessidade desta medicação fornecida pela Secretaria de Estado de Saúde, uma vez que, com a morosidade do Estado em distribuir os medicamentos, o município já tinha comprado em grande escala”.
(Texto atualizado às 14h30 para acréscimo de informação)