Pessoas fisicamente ativas podem ter uma resposta imune melhor quando vacinadas contra a covid-19 do que as sedentárias. A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores da USP e colaboradores.
Foram avaliados 1.095 voluntários, todos imunizados com a Coronavac entre fevereiro e março deste ano. As amostras de sangue deles foram colhidas três vezes: logo após a segunda dose da vacina, passados 28 dias e depois de 69 dias.
Os pesquisadores analisaram a produção total de anticorpos contra o sars-cov-2 e a quantidade específica de anticorpos neutralizantes (NAb), ou seja, os capazes de impedir a entrada do vírus na célula humana.
E a constatação a que chegaram é que os fisicamente ativos tinham chances 1,4 maiores de atingir a chamada soroconversão, que é a proteção total contra a infecção pelo novo coronavírus.
Mas o que é ser fisicamente ativo?
Para o estudo, os pesquisadores consideraram um tempo de, pelo menos, 150 minutos semanais – o equivalente a pouco mais de 20 minutos diários – de atividade física.
E por “atividade física” entederam qualquer atividade que mantenha a pessoa em movimento, seja exercícios como a prática de esportes ou caminhadas, até atividades domésticas ou relacionadas ao trabalho e deslocamentos de rotina, como ir a pé ao supermercado.
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Já como sedentárias foram classificados os voluntários que passavam mais de oito horas diárias sentados ou deitados.
“Uma pessoa que corre durante uma hora todos os dias e passa o resto do tempo sentada em frente a uma tela é considerada ativa e sedentária ao mesmo tempo. Nós combinamos esses dois conceitos diferentes em nossa análise”, explicou Gualano.
E quando as amostras de sangue foram observadas, disse o professor, o resultado parecia ser uma “escadinha”: “no alto, com a melhor resposta vacinal, estão os ativos não sedentários. Na sequência, vêm os indivíduos ativos e sedentários. Por último, os inativos e também sedentários”.
A pesquisa
A pesquisa conduzida por Gualano tem com objetivo central avaliar a segurança e a efetividade da CoronaVac em pessoas que com doenças reumáticas autoimunes. Trata-se de pacientes com artrite, lúpus, esclerose, entre outras enfermidades, que fazem uso de medicamentos que reduzem a atividade do sistema imune.
Na primeira parte da pesquisa, o professor da USP descobriu que a Coronavac induzia uma resposta “aceitável”, mesmo que reduzida, nesse grupo de pacientes. Com o segundo estudo, ele buscou descobrir se o estilo de vida poderia melhorar esses resultados.
Dos 1.095 voluntários da pesquisa, 898 eram pacientes imunossuprimidos, sendo 494 ativos e 404 inativos. As outras 197 pessoas não tinham doenças autoimune e foram consideradas um “grupo de controle”.
A pesquisa ainda presisa ser revisada por outros estudiosos da área.
(Com informações do Jornal da USP)