O trabalho da Polícia Federal brasileira no combate à pornografia infantil na Internet ganhou repercussão mundial. Virou artigo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Limerick, na Irlanda, e publicado na revista científica Nature.
O estudo foi desenvolvido pelos policiais Bruno Requião da Cunha, Luiz Walmocyr dos Santos Júnior e Jean Fernando Passoldem em parceria com os pesquisadores. Ele retrata as estratégias usadas pela PF durante a Operação Darknet, que investigou uma rede de criminosos entre 2014 e 2016.
Entre as descobertas da Polícia Federal que constam no artigo científico está a de que a produção, distribuição do material pornográfico infantil na rede mundial de computadores abrange uma porcentagem relativamente pequena dos integrantes das redes envolvidas nesse tipo de crime.
Embora milhares de pessoas façam parte desses “grupos”, só 7,4% dos membros dessas comunidades publicam conteúdo. Além disso, metade dos acessos a esses vídeos e fotografias fica por conta de um percentual quase ínfimo desses participantes: 0,27%.
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Ao longo dos dois anos de investigação, a Operação Darknet identificou 182 usuários da rede de distribuição de pornografia infantil. No total, eles somam quase 10 mil pessoas.
E foi por meio do monitoramento de um fórum on-line que a Polícia Federal conseguiu solicitar mandados de busca e apreensão e de prisão para alguns dos elos considerados chave no esquema.
No artigo científico, os pesquisadores destacam que, apesar de ser uma rede “robusta”, a operação foi bem-sucedida em interromper a maior parte das atividades criminosas.
A constatação da Polícia Federal foi que somente 10 usuários eram responsáveis por um terço das visualizações dos conteúdos de abuso. Oito deles foram presos na ação.
No cálculo final, a operação conseguiu chegar aos membros que eram responsáveis por 60% do movimento no esquema.
(Com informações da Agência Brasil)