O boca-a-boca é eficiente, mas tem muita gente que chega até ali por pura curiosidade. A circulação intensa de clientes desperta a atenção de quem passa pelas famosas “quatro pistas” do CPA 3. Montadas sob árvores, no largo canteiro, estão as tendas do Bifão na Chapa.
Faixas verde neon também colaboram para atrair novos clientes, como a que sinaliza “bifão na chapa por R$ 9,99”. A informação “aguça” o imaginário, de quem quer comer bem e barato.
E depois que se experimenta as receitas da cozinha de Valéria Pereira Silva Santiago, fica difícil não virar cliente. Não é só o preço que anima, a fartura também. O bifão bem acebolado, acompanha salada, farofa, arroz, batata frita e um feijão que tem um temperinho especial (sim, nós provamos e aprovamos!).
“Aí começa o boca-a-boca. Tenho clientes de vários cantos da Baixada. Tem gente que vem do Jardim Industriário, tem gente que vem de Várzea Grande”, se orgulha.
O servidor público estadual, Renato Santos Arruda, estava ali pela primeira vez. “Minha mãe mora na região e sempre que eu estou indo para casa dela, vejo esse movimento aqui. Hoje eu resolvi parar”. Pergunto se ele aprovou o prato. “Aprovado!”, responde Renato. “Vem bastante bife”, ressalta.
Há três anos trabalhando no mesmo ponto, Valéria conta que ela e o marido, Carlos Santiago, têm colhido os frutos de muito trabalho. “Começamos com uma portinha aqui do lado. Um ano depois, ampliamos o ponto e o negócio que começou só com a gente, agora conta com oito funcionários, incluindo os dois filhos mais velhos”.
Eles já pensaram em desistir. “Abríamos só de noite, fazendo várias coisas, e resolvemos então, abrir para o almoço, com apenas dois clientes, que almoçavam com a gente todo dia. Sem nenhum avanço, decidi que só tentaria mais este dia. Foi coisa de Deus, porque começou a chegar um monte de gente”, se emociona.
Eles começaram só com o bifão de carne, mas logo, com o aumento da clientela, passaram a preparar outros pratos com o mesmo preço, de filé de frango, peixe frito, bisteca suína, bife à milanesa, lasanha e a parmegiana, que no caso, só acompanha arroz. Para quem gosta de ovo frito, é cobrado adicional de R$ 1,00 por ovo.
Valéria conta que aprendeu cozinhar com a ajuda da mãe. “Morávamos em Poxoréu, daí conheci meu marido e viemos para Cuiabá. Quando ia preparar a comida, ia até o orelhão para pedir dicas para ela. O feijão, a exemplo, eu errava bastante, foi minha mãe quem me ajudou com a receita”.
Já a ideia de fazer os famosos “bifões na chapa” veio de uma temporada que passaram em Campo Grande (MS). “Aqui fazemos churrasco, lá o bifão na chapa é mais tradicional”. Quando retornaram a Cuiabá, Valéria atuou em outros pontos até abrir o restaurante onde estão hoje.
Antes, faziam de tudo: tapioca, pastel, lanche e o famoso bife, que, reinando sempre na preferência do cliente, dominou o cardápio. Ao que parece, foi o grande responsável pelo êxito do negócio familiar.
O “Bifão na Chapa” fica na rua 34, quadra 40, Casa 22, CPA 3, Setor 3, nas quatro pistas (próximo à Açofer). Abre de terça-feira a domingo (fecha segunda), no almoço e jantar, das 11h às 14h30 e das 19h às 23h30, respectivamente. Mais informações: 99356-9779.
