Política

Ponto de disjunção: ida de Moro e Dellagnol ao Podemos pressiona José Medeiros

Apoiador ferrenho de Bolsonaro, deputado federal vive situação de tensão sobre seu futuro político, entre fidelidade ao presidente ou aposta em Moro

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Ponto de disjunção: ida de Moro e Dellagnol ao Podemos pressiona José Medeiros
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

O deputado federal José Medeiros (Podemos) pode entrar em uma sinuca de bico. Figura de destaque na base do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, inclusive oficialmente com a função de vice-líder, ele poderá ter escolher entre o apoio quase incondicional a Bolsonaro e o espectro da Lava-Jato para as eleições de 2022. 

As filiações em andamento do ex-juiz Sérgio Moro e do ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, vão forçá-lo a escolher um lado. Moro, que entrou no governo Bolsonaro como o juiz da Lava-Jato, saiu como um potencial adversário em 2022, alternativa que está se ossificando. 

A posição dele nos julgamentos de políticos em processos sobre corrupção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é cume das decisões judiciais, deve ser um dos motes da campanha eleitoral que se encaminha. E Medeiros sabe desse peso. 

“Primeiro, a filiação do Moro e do Dellagnol mostra a sanidade moral, o compromisso do Podemos. São duas figuras destacadas e grande importância para a Lava-Jato; isso é incontestável”, afirmou ele para O Livre. 

Por outro lado, o atrito dos advogados com Bolsonaro também está no horizonte da política brasileira. Ele foi ministro da Justiça e diz ter aceitado o cargo para combater a corrupção, um papel executivo para o que fazia no Judiciário. 

Ao deixar o governo, as supressões de ações contra a corrupção foram declaradas como o motivo de desistir do cargo. Medeiros terá que ponderar esses impasses para tentar continuar a carreira política a partir de 2023. 

Ele diz que tem lidado com a “agonia de cada dia” e espera um acordo do Podemos para tentar se manter no partido e o apoio a Bolsonaro. A exposição dele é maior por estar na presidência do Podemos em Mato Grosso, Estado do agronegócio, o setor econômico majoritariamente bolsonarista. 

“A minha posição em relação ao presidente é anterior às filiações do Moro e do Dellagnol, que, aliás, nem se filiaram ainda. Minha posição é clara, bem definida. [Mas,] eu não penso em deixar o Podemos, não é uma opção em discussão”, afirmou.    

 

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