O defensor público Leandro Jesus Pizarro Torrano, que atua em Sinop (500 km de Cuiabá), terminou o domingo (25) na delegacia, mas não a trabalho. Sua casa foi alvo de uma investida da Polícia Militar por conta de uma festa que teria desrespeitado as regras de biossegurança contra a covid-19 e a lei de preservação do sossego alheio.
A polícia foi chamada por conta do som alto. Chegando ao local, no entanto, os policiais notaram que ninguém usava máscaras de proteção facial e que havia gente demais no ambiente. O boletim de ocorrência cita cerca de 60 pessoas.
Quatro adultos, sendo duas mulheres e dois homens, entre eles o defensor Torrano, acabaram tendo que ir para a delegacia prestar esclarecimentos. É que, além da aglomeração e do som alto, a polícia encontrou um produto semelhante a maconha em uma bolsa feminina e uma pistola calibre 380 com o registro vencido desde 2016.
No boletim de ocorrência, os policiais narraram que todos estavam em visível estado de embriaguez e que o dono da casa chegou a pedir para outra pessoa se passar por ele e receber a equipe da polícia.
O que diz o defensor?
Em nota, a Associação Mato-grossense dos Defensoras e Defensores Públicos (AMDEP) manifestou apoio a Leandro Torrano e criticou a atuação da polícia. Segundo a instituição, houve uma “verdadeira devassa indiscriminada e injustificada nos ambientes do imóvel”.
O texto também nega a informação que consta no boletim de ocorrência sobre a quantidade de pessoas na casa. Embora não cite quantas pessoas estavam na festa, a associação sustenta que era um “número muito inferior ao divulgado”.
Sobre a porção de substância semelhante a maconha, a AMDEP afirma que o defensor público não tinha conhecimento, já que estava na bolsa de uma das convidadas. E quanto à arma com registro vencido, disse se tratar de “apenas irregularidade administrativa”, já que “os membros da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso têm o porte de arma de fogo assegurado por lei”.