O senador eleito Jayme Campos (DEM) e o presidente da Famato, Normando Corral, deram o tom do debate na tarde desta quinta-feira (29), na Assembleia Legislativa, ao chegar para a audiência pública organizada para discutir a taxação do agronegócio em Mato Grosso. A audiência foi proposta pelo deputado estadual Wilson Santos (PSDB) – e a discussão parece estar longe de ter um fim no Estado.

“Nós também queremos o debate, por isso estamos aqui. Aqui podemos falar o que somos e não o que dizem que somos. Nós não fazemos o mercado, seguimos o mercado. Queremos a comparação para saber se somos muito ou pouco taxados. Quanto pagamos sabemos, mas queremos ver os números dos outros agentes arrecadadores, indústria, comércio, serviços”, disse Normando, em entrevista antes do evento.

Do outro, Jayme Campos disparou para jornalistas: “o que adianta ser um Estado rico e não ter saúde, educação, segurança? Temos um nicho tão grande para arrecadação no Estado, o que temos que fazer é acabar com a sonegação, que chega a 30%, e com que aqueles que não pagam nada, paguem uma coisinha. Se cobrarmos um pouco, arrecadamos R$ 2 bilhões rapidão”.

Na oportunidade, o presidente da Famato também falou sobre o Fethab 2 (Fundo Estadual de Transporte e Habitação), ressaltando que, quando foi criado, teve apoio do setor. “Mas o fundo era absolutamente para estradas e começou a ser utilizado para outras necessidades. Questionamos porque, se pediram para contribuir para estrada, ou mentiram à época ou estava mal planejado. Se o Estado não tem dinheiro pra fazer frente aos gastos, tem que mudar de postura”.

Jayme Campos, por sua vez, defende que é preciso rever o incentivo à produção de algodão e taxar a produção de soja gradativamente. “Somos o Estado maior produtor e lamentavelmente a riqueza não chega ao alcance da população, fica com um grupo de tubarões e barões. Estou com dados concretos, não sou nenhum falastrão. Mato Grosso é o único Estado que não recolhe absolutamente nada do setor”.

Mediador

Autor da proposta de realização do debate, Wilson Santos ponderou que, em sua opinião, apenas a taxação do agronegócio não resolve o problema do Estado, sendo necessário um conjunto de ações, tais como uma melhor gestão financeira e o combate à corrupção e à sonegação.

“Não estamos aqui para dizer que uma nova taxação resolve a situação. O governo precisa reduzir de tamanho, a maquina estatal ainda é pesada, gasta mais de 98% para dentro por ano com quatro itens, salários, encargos sociais, custeio da máquina e dividas. Isso é um absurdo”, pontuou o tucano.

O deputado ressaltou ainda que o objetivo do encontro não é atacar o setor. “Nós reconhecemos o papel do agro, não temos absolutamente nada contra. Não há como negar que o agronegócio transformou Mato Grosso para melhor. O que achamos é que é possível encontrar, em parceria com o setor, uma alternativa para socorrer as finanças do Estado nesse momento de travessia da crise, pois, se há um setor razoavelmente capitalizado no Estado, este setor é o agro, que tem condições de ajudar. Como eu não sei e por isso estamos aqui”.

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