Alvo da 62ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em Mato Grosso, a cervejaria Petrópolis, localizada em Rondonópolis (212 km de Cuiabá), doou R$ 3 milhões à campanha de Pedro Taques para o Governo do Estado, em 2014.
Segundo registrado no portal do Tribunal Superior Eleitoral, as doações aconteceram por transferência eletrônica, uma em setembro (R$ 1 milhão) e outra em outubro de 2014 (R$ 2 milhões).
O presidente da empresa, Walter Faria, é o alvo do mandado de prisão preventiva desta quarta-feira e até às 11 horas ainda não havia sido localizado pela PF.
Propina
Delator na Operação Rêmora, o empresário Alan Malouf chegou a afirmar ao Ministério Público Federal (MPF) que as doações eleitorais para Taques seriam “propinas”, para que o futuro governador não interferisse nos vantajosos incentivos fiscais dos quais a petrópolis era beneficiária.
Ainda conforme Alan Malouf, os incentivos fiscais concedidos à cervejaria não seriam semelhantes aos de outras empresas do mesmo segmento.
Taques nega as acusações e disse que Alan Malouf mente em sua delação.
Doações recorrentes
O empresário Walter Farias – proprietário do Grupo Petrópolis -, que recebe incentivos fiscais em Mato Grosso desde o governo de Blairo Maggi, também foi grande doador em outras campanhas.
A Silval Barbosa, por exemplo, ele teria doado cerca de R$ 2 milhões para a campanha de 2010. O fato foi revelado pelo próprio ex-governador em seu acordo de delação premiada, firmado com o MPF.