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Perito afirma que mensagens foram apagadas de celulares de Maggi apreendidos pela PF

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Perito afirma que mensagens foram apagadas de celulares de Maggi apreendidos pela PF
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

A Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada, a análise de um perito criminal que confirma que mensagens foram deletadas dos celulares do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), após os aparelhos já terem sido apreendidos.

O laudo, que está presente no segundo relatório parcial referente à Operação Maleborge (12ª fase da Operação Ararath), ressalta, entretanto, que não é possível determinar quando exatamente as mensagens foram apagadas e a forma utilizada para exclusão, se manual ou remota. A investigação apura a suposta compra ilegal da vaga ocupada pelo conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo de Almeida.

Foram analisados três celulares para elaboração do relatório, sendo que dois deles estavam de posse de Blairo Maggi e um pertencia à sua esposa, Terezinha Maggi. “Os Laudos 161 e 162/2018 chamam a atenção por mostrarem a existência de mensagens que foram deletadas em horário posterior a 20:36:44 e 07:16:44 (UTC -3, horário oficial de Brasília) do dia 14/09/2017, dia de deflagração da “Operação Malebolge”. Esses Laudos dizem respeito aos itens 01 e 02 da apreensão, respectivamente, celulares em poder de Blairo Borges Maggi”, diz trecho do documento.

Conforme o laudo, foram encontrados registros de diversas marcações de mensagens instantâneas deletadas. “Considerando que o dispositivo tinha data e hora atualizadas, o sistema operacional em pleno funcionamento e com seu comportamento padrão, pode-se afirmar que houve deleções de mensagens na data especificada. Todos os registros referentes a deleções de mensagens instantâneas têm como origem dados do aplicativo WhatsApp”.

Ainda segundo o perito, embora não seja possível determinar quando elas foram apagadas, é possível afirmar que dentre as mensagens instantâneas recebidas ao longo do dia 14 de setembro de 2017, apenas um grupo que continha 614 mensagens foi excluído. “Do total destas mensagens, apenas uma teria sido recebida no dia 14/09/2017, segundo os registros extraídos da seção Linha do Tempo (…)outras mensagens foram recebidas até 07:24:59 {UTC-3) e permaneceram íntegras na memória do dispositivo”.

O laudo consta em inquérito policial assinado pelo delegado Wilson Rodrigues, coordenador do grupo de trabalho da Operação Ararath. No documento enviado ao STF, o delegado sugere ainda a abertura de 144 novos inquéritos, dentre eles dois para investigar o governador Pedro Taques (PSDB) sobre fatos delatados pelo ex-governador Silval Barbosa.

O inquérito da Operação Ararath tramita no STF sob relatoria do ministro Luiz Fux. Outro inquérito sob relatoria do ministro Dias Toffoli tratava da mesma questão, mas foi arquivado – a defesa de Maggi pede que Toffoli seja o responsável por julgar a nova denúncia.

Outro lado

O ministro Blairo Maggi (PP), por meio de sua assessora, afirmou que o laudo é inconclusivo, uma vez que não aponta a forma ou quem apagou as mensagens. Também ressalta que, no momento da operação, Maggi entregou os aparelhos com todas as senhas por sua livre e espontânea vontade, tendo comunicado a Polícia Federal quando trocou as senhas. Além disso, informou que o próprio ministro quer que seja investigado o fato de mensagens terem sido apagadas.

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