A confusão na final do “Peladão 2018”, cujos vídeos chocaram os mato-grossenses, teve início após a provocação entre torcidas rivais. Segundo o organizador do campeonato, Poli Kiesque, torcedores do Unidos do Santa Amália (USA) – que venceu nos pênaltis – teriam invadido o setor da torcida da Liga da Justiça e provocado a torcida rival, dando início à briga generalizada.
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Apesar da grande confusão, Kiesque disse que não houve feridos. “Foi uma briga isolada entre os torcedores, porque a USA provocou, após o título, a torcida adversária. Ao invés de eles comemorarem do lado deles, acabaram comemorando do outro lado, provocando a torcida rival”, contou Poli Kiesque.
O organizador afirmou que havia policiamento no local. Ao todo 69 policiais militares e 35 seguranças privados contratados pela organização faziam a segurança no local. A cavalaria da Polícia Militar e a tropa de choque também estavam presentes, segundo Kiesque. No entanto, nos vídeos da confusão não é possível ver nenhum policial intervindo por ao menos dois minutos.
A final teve público de 15 mil pessoas. Segundo Kiesque, durante o jogo tudo aconteceu normalmente e a confusão teve início somente depois do fim da partida. Por isso, os times não sofrerão penalidade imediata e receberão a premiação de primeiro e segundo lugares.
“As equipes em si, os jogadores e a diretoria, ninguém participou da confusão, foram os torcedores. Eles vão receber a premiação normalmente. Pode haver sanção para as equipes. No Peladão de 2008 eliminamos a própria Liga da Justiça, que ficou dois anos impedida de participar do peladão, devido a mau comportamento”, disse o organizador.
À época, o time Liga da Justiça teria se envolvido em outra confusão e, por isso, foi penalizados. Segundo Kiesque, hoje o time se reorganizou e havia se tornado exemplo.
“Mas, infelizmente, ontem aconteceu isso. Semana que vem a possível sanção será discutida entre o conselho disciplinar. Iremos aguardar o relatório da arbitragem, olhar as imagens, ver se tem diretores participando, porque ontem não vimos nada disso”, afirmou.
Com o evento, foram arrecadadas mais de 15 toneladas de alimentos, que foram doadas neste sábado (17), logo após a arrecadação, a 12 instituições, uma de Chapada dos Guimarães, duas de Várzea Grande e nove de Cuiabá.
Mais confusão
Kiesque afirmou que durante a partida não houve nenhum problema, porém, um jovem de 20 anos foi preso por volta das 17 horas, quando a Polícia Militar foi acionada por outro coordenador do Peladão.
Conforme o boletim de ocorrência, o suspeito estava na porta de um dos banheiros femininos da Arena Pantanal, muito exaltado e o organizador temia que ele causasse problemas.
Os policiais encontraram o suspeito em frente ao banheiro, como denunciado, e perguntaram se ele estava esperando por alguém. Porém, antes mesmo que a pergunta fosse finalizada, o suspeito se exaltou e começou a gritar que ficaria onde quisesse.
A equipe então orientou o jovem a não ficar parado na porta do banheiro feminino, pois isso poderia constranger as mulheres. No entanto, a orientação deixou o suspeito ainda mais exaltado e ele começou a tentar intimidar os militares, dizendo ter parentes coronéis e policiais civis, que sua mãe era advogada e afirmando que os policiais teriam problemas.
Além de não atender às orientações da equipe e se recusar a sair do local, segundo o boletim de ocorrência, o suspeito começou a xingar os militares e, por isso, foi dada ordem de prisão a ele, sendo necessário o uso de algema, visto que este seguia resistindo.
Ele foi encaminhado à Central de Flagrantes de Cuiabá, onde o caso foi registrado como perturbação do trabalho ou sossego alheios, ameaça, desacato, resistência e desobediência.
Na delegacia, ele continuou xingando a todos os policiais, dizendo que os militares iriam “pagar por ele estar sendo preso” e ameaçou de morte cabo da PM, consta no boletim de ocorrência.
