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Pedro Taques é tachado por alguns políticos de agir com pequenez e picuinha

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Pedro Taques é tachado por alguns políticos de agir com pequenez e picuinha
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Políticos eleitos por Mato Grosso criticam o fato de o governador Pedro Taques (PSDB) não encaminhar para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) dois projetos de lei propostos pelo governador eleito Mauro Mendes (DEM). Taques chegou a ser tachado por alguns de agir com pequenez e picuinha.

Entre os políticos que refutaram a atitude do tucano, durante a diplomação dos 35 candidatos eleitos em 2018, realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), estão o senador eleito Jayme Campos (DEM), a deputada estadual reeleita Janaina Riva (MDB), o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e o vice-governador eleito Otaviano Pivetta (PDT).

Taques afirmou, recentemente, que não vai encaminhar para a Assembleia Legislativa os projetos de reedição do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab 2) e o da reforma administrativa, que reduziria as secretarias estaduais de 24 para 15, além de extinguir algumas empresas públicas.

O argumento do atual governador é de que ele não teria tempo hábil para analisar os projetos e encaminhar para o Legislativo antes do recesso. Isso porque as propostas de Mauro Mendes foram entregues a Taques há poucos dias.

Janaina Riva

A deputada estadual Janaina Riva, que atuou como oposição do atual Governo do Estado, disse que a atitude de Taques representa atraso e a classifica como perseguição além dos limites.

“Acho que o governador Pedro Taques se diminui muito fazendo isso, prestando-se a um papel que não é de adversário do governador eleito, mas de adversário do Estado”, disparou a parlamentar.

Em relação à não reedição do Fundo Estadual, que se encerra dia 31 deste mês, ela ressalta que os cerca de R$ 450 milhões arrecadados vão beneficiar os mato-grossenses, já que o dinheiro é utilizado para obras de infraestrutura.

Quanto à reforma administrativa, Janaina disse que “ninguém esperava um comportamento como esse, porque ele teve toda essa autonomia e liberdade na sua transição, para que ele tivesse um governo de tranquilidade, e agora ele não só deixa de mandar a reedição do Fethab 2, como deixa de encaminhar a reforma proposta pelo governador. É a demonstração da pequenez do governador Pedro Taques, do que ele foi para o Estado. Sem dúvida é uma falta de preocupação com os mato-grossenses, que eu acho ser o mais preocupante”.

Quanto ao argumento do tucano sobre tempo hábil para analisar os projetos e assim encaminhá-los à Assembleia Legislativa, a deputada garante que se Taques tivesse procurado os parlamentares estaduais para conversar e pedir que trabalhassem durante o recesso de fim ano seria atendido.

“Ele nunca chamou a Assembleia para perguntar se a Assembleia ficaria ou não. E eu tenho certeza que os 24 deputados não iriam se opor a permanecer na Assembleia Legislativa para não deixar-se perder o que vamos perder, sendo R$ 450 milhões do Fethab e o que a reforma administrativa iria trazer para o caixa do Estado”.

Jayme Campos

O senador eleito por Mato Grosso Jayme Campos, que é do mesmo partido do governador eleito, frisou que Taques tem conhecimento das dificuldades financeiras que o Estado enfrenta e também criticou o posicionamento do atual governador.

“É uma pena, o Estado está necessitando tomar algumas atitudes. Nesse exato momento falar que não vai encaminhar os projetos de lei é picuinha ou mimimi”. O democrata ainda completou. “Não encaminhar para a assembleia é, com todo respeito ao governador Pedro Taques, falta de grandeza”.

Emanuel Pinheiro

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que poderia ser um dos beneficiados com os impostos arrecadados com o Fundo Estadual, lamentou a decisão do governador Pedro Taques. “O processo eleitoral não foi superado ainda, mas para o bem de Mato Grosso é preciso virar a página. Acho que se deve passar uma borracha no processo eleitoral, nas eventuais mágoas, e fazer a boa política”.

Otaviano Pivetta

O vice-governador eleito, Otaviano Pivetta (PDT), fez coro a uma das falas de Taques, que, em vários momentos, tem dito ser governador de Mato Grosso até 31 de dezembro deste ano. “O governador tem autoridade de concordar ou não com os atos que o novo Governo precisa. A consciência dele vai dizer se ele está certo ou errado”.

Pivetta, porém, ressaltou que é de conhecimento de todos que o Estado enfrenta crise financeira e que, por isso, seria necessário manter o Fethab 2. “Este governo criou gastos maiores que as receitas todas somadas, então é preciso manter as receitas até que tomemos pé da situação, cortemos os gastos e diminuamos o tamanho do Estado”.

Mauro Mendes

Ao chegar na solenidade de diplomação dos políticos eleitos, o governador eleito Mauro Mendes disse que o governador Pedro Taques não foi “republicano” ao decidir não encaminhar o projeto de reforma administrativa proposto por ele na terça-feira passada (11), à Assembleia Legislativa.

“É lamentável. Não é um ato muito republicano, mas ele é o governador até o dia 31 de dezembro, e ele tem a prerrogativa legal de fazer o encaminhamento, ou não, de projetos de exclusiva competência do Executivo”, disse.

O governador eleito ainda disse lamentar que Taques “não pôde atender ao pedido”, mas acrescentou que, no dia 2 de janeiro, um dia após sua posse, vai ele mesmo encaminhar o projeto à Assembleia.

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