Judiciário

Paulo Taques deixa prisão e diz que não fala com governador há mais de um ano

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Paulo Taques deixa prisão e diz que não fala com governador há mais de um ano
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Ao deixar o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), por volta das 13h20 desta sexta-feira (24), o ex-secretário Paulo Taques, primo do governador Pedro Taques (PSDB), deixou claro que, enquanto esteve preso, dedicou o tempo a analisar juridicamente sua situação. Ele também disse aos jornalistas que o aguardavam que deve se manter distante do processo eleitoral, e que não fala com o governador há mais de um ano, por estar proibido pela Justiça de manter contato com ele.

“Até porque uma outra cautelar do STJ (Superior Tribunal de Justiça) diz que eu não posso manter contato com o governador, com quem não falo há mais de ano. Então não vou participar do pleito eleitoral, não acredito que isso vai ser muito utilizado e eu não sou candidato a nada”. Ele evitou avaliar o processo eleitoral e disse que as pessoas têm que avaliar a postura dos candidatos e não a dele. “Então acredito que não vou ter problema nenhum com isso”.

Paulo Taques disse ainda que vai recorrer para que a denúncia contra ele, no esquema dos grampos, não seja recebida. Já sobre seu envolvimento no esquema de corrupção do Detran-MT, o ex-chefe da Casa Civil disse que vai recorrer. “Eu li o processo, porque aqui dentro o que a gente tem é tempo”, enfatizou.

Falta de provas

“Há somente a fala de um falso delator imputando a mim o recebimento de um valor e nós já temos na própria lei da delação que a fala do delator não serve para condenar ninguém. E temos decisões recentes do Supremo Tribunal Federal, inclusive da semana passada, e o Supremo não recebeu uma denúncia contra o deputado Silva Nogueira. E por que não recebeu? Porque o delator apresentou argumentos que tinha entregue dinheiro ao deputado, mas não fez prova, não acompanhou prova, o Ministério Público não fez prova, nem a Polícia Federal”.

Pauto Taques se fia no exemplo deste caso. “E o Supremo não recebeu essa denúncia, exatamente o nosso caso, nós temos a fala isolada de um falso delator e tenho certeza que o Ministério Público que tem obrigação legal disso, com o mesmo rigor que nos tratou, vai tratar de buscar a rescisão dessa delação, porque o delator mentiu. São esses motivos”.

O ex-chefe da Casa Civil negou que tenha recebido dinheiro de corrupção no Detran. “Como eu não recebi nenhum dinheiro que o delator disse que me entregou. Seu José Kobori apresentou extratos bancários apresentando o destino daquele dinheiro, em consequência desse fato também fui acusado de lavagem de dinheiro. Se eu não recebi dinheiro, que dinheiro que eu lavei? E organização criminosa, dos 58 denunciados, eu tenho contato só com um, que é meu irmão, por isso que não concordo com a decisão que recebeu a denúncia e vou buscar recursos nas cortes superiores para não responder essa ação penal”, enfatizou.

Grampolândia

Por fim, ao ser questionado sobre o escândalo dos grampos ilegais, se recusou a dar qualquer declaração: “sobre esse fato, eu e outros ex-secretários temos cautelares do STJ que nos impedem de dar declarações públicas sobre esse assunto, sobre esse assunto eu não falarei”.

Ao tentar chamar a atenção de Paulo Taques, um jornalista o chamou: “secretário!”, e ele pediu para não ser mais chamado dessa forma. “Senhores, eu não sou mais secretário, pode me chamar de Paulo”, finalizou.

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