Depois que o desembargador Rondon Bassil Dower Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) se declarou suspeito para julgar processo que investiga o esquema de corrupção instaurado no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o processo foi redistribuído e ganhou um novo relator: o desembargador Paulo da Cunha.
Conforme Rondon explicou em sua decisão, do dia 22 de abril, um familiar de sua esposa participa da banca de defesa de um dos alvos do processo e, portanto, ele fica impedido de atuar. O caso, que segue na segunda instância devido ao foro privilegiado de acusados, passou a ser analisado no Órgão Especial do TJ, depois que o Poder Judiciário dividiu os processos de competência do Pleno.
Nessa ação são alvos o ex-secretário de Casa Civil, Paulo Taques, seu irmão, o advogado Pedro Jorge Zamar Taques, e os empresários José Kobori, Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos.
O esquema criminoso no Detran passou a ser investigado após delação premiada do ex-presidente da autarquia Teodoro Lopes, o “Dóia”. Então, o Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, em fevereiro de 2018, a Operação Bereré.
A primeira fase da operação resultou na intervenção do Estado junto à administração do Detran, por decreto do ex-governador Pedro Taques. Já a segunda fase, denominada Bônus, aconteceu no dia 9 de maio, quando houve a prisão dos envolvidos.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público contra 58 pessoas investigadas e aceita pelo TJMT no dia 23 de agosto de 2018. Conforme as investigações, o grupo criminoso teria gerado um rombo de R$ 30 milhões aos cofres do Estado.
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