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Para suavizar missão, doulas se organizam em plantões; pacotes são mais em conta

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Para suavizar missão, doulas se organizam em plantões; pacotes são mais em conta
Sete mulheres formam a alcateia de doulas. A foto é de Chris Costa Marques (Um Olhar Especial Photografia)

Quando o bebê nasce, nasce uma mãe, não é mesmo? E para muitas mães de primeira viagem – ou mesmo aquelas que em um novo momento optaram pelo parto normal – a casos em que a doula pode ser a única pessoa que lhe dá apoio emocional e físico enquanto ela passa por esse turbilhão de incertezas.

E vale ressaltar, em nenhum momento a atuação das doulas compromete ou se confunde ao trabalho dos outros profissionais de saúde que atendem as gestantes, mas sim, o complementa.

Inspiradas por coletivos desta natureza que começam a se multiplicar no Brasil, um grupo formado por sete doulas se organizou para atuar com uma nova dinâmica desde dezembro de 2018, quando o Alcateia de Doulas foi lançado. Cada uma delas, já trabalhava como doula, porém, sem se conectar a uma rede.

Como suporte às futuras mães, elas começaram a realizar rodas de convivência em que são repassadas informações sobre o parto normal e na qual são discutidos temas como a dor e o empoderamento que decorre do renascimento da mulher.

Rodas de Convivência são realizadas constantemente (Chris Costa Marques / Um Olhar Especial Photografia)

A doula Maria Carolina Turin, membro do Alcateia – e uma de suas idealizadoras-, destaca que no parto normal, a mulher sente todas as emoções que a natureza determina.

“No parto normal é exigida uma força maior, mas a recuperação da mulher após o parto é muito mais rápida e saudável. A cesárea deveria ser utilizada para salvar a vida da mãe, não, para tirar a dor”.

Segundo Maria Carolina, quando a mulher opta por uma doula, esta, tem que lhe dar amplo apoio.

“Vale ressaltar, não fazemos parto, mas fazemos parte. E o trabalho intenso, começa já no momento em que a mulher te procura. Aí vem a fase da preparação para o parto, o parto e o pós-parto. Os desdobramentos não podem ser previstos. As doulas não têm hora para sair e nem para voltar, não dá para planejar o amanhã”, descontrai.

E é aí que entra o coletivo, para que elas possam desenvolver também, as outras tarefas do dia a dia. Maria Carolina, a exemplo, tem uma filha de oito anos, marido e um pai de 70 anos que exige cuidados especiais. “Precisamos cuidar, mas precisamos de cuidado, também”.

Muitas delas, mesmo que estudantes e profissionais liberais – tem inclusive estudante de medicina no grupo – dedicam quase todo o tempo que resta para a doulagem. Pensando nisso, elas se organizaram para atuar com regime de plantão e isso melhora inclusive, o valor do pacote.

“Só que neste caso, a gestante não escolhe a doula, as urgências são atendidas por quem está no plantão. Essa medida visa suavizar nossa missão”, diz ela.

“Fora isso, tem muitas mulheres que gostariam de ser acompanhadas por doulas, mas não podem dispensar o valor que é cobrado normalmente, na faixa dos R$ 1700.

O pacote do coletivo de doulagem que prevê as rodas de conversa e acompanhamento de todas as fases da gestação, pelo coletivo, sai por R$ 500. Nosso objetivo é empoderar essas mulheres e informar sobre os direitos delas para que não tenham que vivenciar a violência obstétrica”, pontua.

Doulas compartilham momento singular na vida da mulher (Chris Costa Marques / Um Olhar Especial)

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