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Para manter a carne no prato, cuiabano desembolsa mais de 10% do salário mínimo

Nutricionista ensina a diversificar as proteínas para conseguir comprar a quantidade necessária para manter a saúde em dia

4 minutos de leitura
Para manter a carne no prato, cuiabano desembolsa mais de 10% do salário mínimo
(Foto de Pixabay)

Bancar a “mistura” necessária no prato de cada integrante de uma família de quatro pessoas – dois adultos e duas crianças – em Cuiabá está custando, no mínimo, 13% do salário mínimo. O preço da carne sobe cada dia mais, mesmo das peças mais em conta, e pesa no bolso do cuiabano.

Para fazer a conta, a reportagem do LIVRE considerou uma família formada por dois adultos (pesando 70 quilos em média, cada) e duas crianças abaixo dos 10 anos de idade. Para essas pessoas, o consumo ideal médio seria em torno de seis quilos de proteína ao mês.

Se o consumidor escolher o músculo bovino, carne com menor preço na semana em que a reportagem fez a pesquisa – R$ 27,90 o quilo -, o desembolso será de R$ 167,40 no fim do mês. Com o peito (R$ 29,79 kg) e o acém (R$ 29,80 kg), a despesa sobe para pouco mais de R$ 178.

Até mesmo o coxão duro “salgou” o prato do brasileiro. Com o quilo a R$ 36,75, o custo mensal para a família da nossa reportagem seria de R$ 220.

O nutricionista Gustavo Soares explica que a média considera o consumo de 1 grama de proteína por quilo de peso corporal. Para crianças, esse valor é reduzido pela metade.

(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Com os preços subindo cada vez mais – ainda que a preferência do brasileiro seja pela carne bovina -, a orientação do especialista é procurar carnes mais baratas, como porco e frango, escolhendo cortes que rendem mais.

Para quem gosta de carne suína, o preço reduz um pouco: o quilo custa a partir de R$ 17, o que, no final do mês, totalizaria R$ 106,74. Uma boa economia com relação à carne bovina.

E se a escolha for pelos cortes de frango, o bolso pode ter uma folga um pouco maior. O filé de peito é o corte mais caro, R$ 16,49 kg, que no mês totalizaria R$ 98,94. Mas a sobrecoxa (R$ 13,98) e a coxa (R$ 10,90 kg) ficam mais em conta, somando R$ 83,88 e R$ 65,40, respectivamente.

Por isso, a orientação do nutricionista é pela diversificação entre as carnes para que o valor a ser pago no fim das contas fique equilibrado. A indicação para uma compra mensal poderia ser pela opção da carne suína, como o filé, seguido da coxa de frango e, por último, o músculo bovino.

Outra recomendação, quando a escolha ainda for a carne bovina, é dar preferência para outras peças e diversificar o preparo.

“É mito aquela separação em carne de primeira e de segunda, a questão é saber preparar. Cozinhar bem um músculo, por exemplo, pode ficar tão gostoso quanto um filé mignon”, comenta Gustavo.

Prato diversificado

Para manter a saúde e controlar os gastos, Gustavo Soares lembra que também é possível tornar o prato mais diversificado. Fazer isso é simples. Você deve separá-lo em três partes: uma pequena para proteína vegetal e animal, outra também pequena para carboidratos, e a maior para vegetais crus e cozidos. Esses últimos, aliás, em muitos casos podem ser consumidos à vontade.

“Dessa forma, é possível contemplar a dupla preferida do brasileiro, que é o arroz e o feijão, e ainda manter a proteína”, destaca Soares. “É preciso apelar para a criatividade, incrementar o preparo da comida também, fazer render a carne ao prepará-la com legumes, por exemplo”.

Escolha inteligente dos produtos

Soares destaca ainda que pode-se atingir quantidade de proteína necessária para o organismo não apenas com carnes, mas também com outros alimentos, como os ovos, leite integral, e até em leguminosas, como o próprio feijão carioca ou preto, grão de bico, lentilha, aveia, quinoa.

Por isso, a orientação é buscar investir também nos produtos da estação, como laranja, mexerica, maçã, abacaxi, que, normalmente, podem ter o preço um pouco mais acessível. A aveia e o trigo para quibe podem ser aliados nas demais refeições.

“Usar o macarrão integral e mesclar com o arroz integral e o branco também pode ser uma saída”, diz o nutricionista.

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