O economista Miguel Daoud fez duras críticas ao governador Mauro Mendes (DEM) nessa terça-feira (16), durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Ele falou sobre o impacto econômico causado pela cobrança do Fethab sobre a produção de milho no Estado.
Para o economista, o governador não teria cumprido uma promessa de campanha eleitoral ao propor a taxação. Ele questionou ainda a eficiência nos trabalhos do executivo. “As contratações continuam, os custos continuam e o produtor está tendo que pagar essa conta”, afirma.
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Daoud disse que os produtores de Mato Grosso pagam o Fethab desde o ano 2000 e, mesmo assim, suas cidades não possuem pavimentação asfáltica.
“Vai lá para o lado de Gaúcha do Norte. Aquelas cidades que a circundam não têm asfalto. O senhor prometeu na campanha que não tributaria o milho, que faria um ajuste nas outras lavouras, nas outras culturas, mas não o milho”, disse.
Segundo o economista, quando são analisados os custos de produção do milho percebe-se que a margem do produtor acabou.
“É a ganância. O senhor está preocupado com a baixada cuiabana, a que dá voto. O produtor rural, apesar de ser responsável por 60% do PIB do Mato Grosso, está sendo levado de barriga, está sendo enganado pelas mentiras. Isso não pode continuar”.
As declarações do economista foram dadas durante o programa Mercado & Cia, do Canal Rural.
Conforme o presidente da Aprosoja Antônio Galvan, o produtor paga cerca de R$ 0,50 por saca. No entanto, segundo ele, a produção de milho nem sempre é lucrativa para quem produz, já que os preços ficam abaixo do custo de produção.
O Estado espera arrecadar mais de R$ 100 milhões com o Fethab do milho.