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Papai Noel Pantaneiro trabalha em shopping para ajudar crianças

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Papai Noel Pantaneiro trabalha em shopping para ajudar crianças

Todo ano é a mesma coisa: adultos se desesperam com o anúncio do Natal – talvez não tenham cumprido o planejado para o ano – e as crianças, entram no “modo espera” pela recompensa que creditam ao bom comportamento. Ao mesmo tempo, os shoppings da capital anunciam a chegada do Papai Noel. Com status de estrela, é recepcionado e ovacionado por milhares de pessoas.

Fablicio Rodrigues

chegada Papai Noel

 

Ele bate-ponto no “trabalho” que é, sobretudo, ser carismático e interagir com a criançada. Questionar sobre a expectativa dos presentes, aconselhar, dar balinha e tirar foto. Um trabalho que parece divertido, que gera renda, mas que, para alguns, é parte de uma missão anual.

São 44 horas semanais e 36 dias de trabalho. Durante a semana o expediente é das 16 às 22h, sábado das 14 até às 22h e no domingo, das 14 às 20 horas. É neste período que o historiador Clóvis Matos se divide entre o atendimento às crianças no shopping e os preparativos para uma outra jornada.

Ednilson Aguiar/Olivre

 papai noel,natal

Há 18 anos, ele se veste de Papai Noel no shopping para usar o cachê com um único objetivo: comprar presentes para as crianças de comunidades ribeirinhas que não têm as mesmas oportunidades que as da cidade e que moram, inclusive, em localidades de difícil acesso. “Aí a roupa muda também. Fiz uma adaptação, com chapéu e camiseta”. 

No dia 24 de dezembro Clóvis encerra as atividades no shopping e já no dia seguinte embarca rumo a comunidades ribeirinhas, localizadas à margem do Cuiabá, de Santo Antônio de Leveger a Cuiabá Mirim. Além de preservar a magia do Natal, ele leva também outros serviços e donativos que se estendem a pantaneiros de todas as idades.

Arquivo Pessoal

Papai Noel Pantaneiro

Papai Noel pantaneiro usa chapéu para aplacar o sol e camiseta leve para aguentar o calor!

 

CAMPANHA

“Levo comida, roupas e sapatos em bom estado que são fruto de doações, além dos presentes para as crianças. As pessoas destas comunidades precisam de todo tipo de ajuda”, ressalta. A propósito, já está em curso a campanha de arrecadação do Papai Noel Pantaneiro. Os donativos podem ser entregues no Colégio Master do Boa Esperança e ainda, no Cine Teatro Cuiabá.

“Também estou à disposição pelo telefone (65) 98135-1176 e vou buscar se preciso for. Dinheiro também pode ser doado, pois dá para negociar um valor mais em conta na compra dos presentes”, diz. No ano passado, o Papai Noel Pantaneiro atendeu quase 3 mil pessoas – entre crianças, adultos e adolescentes, na viagem de barco e carro.

“Já no dia 25 desço o Rio Cuiabá, a partir de Barão de Melgaço, retornando a Cuiabá no fim de tarde. No dia seguinte, parto para a comunidade de Porto de Fora (a 80 km de Cuiabá) e de lá, vou também de carro para as comunidades de regiões mais secas. Ao todo, serão 34 comunidades”, diz.

Arquivo Pessoal

Papai Noel Pantaneiro

Sobe porto, desce porto. O Papai Noel Pantaneiro também realiza viagens de carro para alcançar maior número de comunidades

Neste ano, Clóvis contará com apoio de mais voluntários e instituições que se unem ao projeto, como a Delegacia do Meio Ambiente (Dema) – que participa com atividades educativas – e a sobrinha Jordana Matos, que é médica e virá de Gurupi (TO), para apoiá-lo. “Além de Dona Maria Antônia e Armando que estão comigo ano a ano. Eles sempre nos ajudam comprando presentes. Estão inclusive, construindo uma casa do Papai Noel Pantaneiro que durante os outros dias do ano vai ser um centro cultural que oferecerá oficinas diversas para os moradores das comunidades do entorno”.

Nos outros dias do ano, Clovis percorre dezenas de outros lugares, com a kombi do projeto Inclusão Literária. Doando livros e aumentando o acervo de pequenas bibliotecas. Há alguns meses foi divulgar o projeto e a literatura Mato Grossense em outras paragens. Viajou mais de 6 mil km de ida e volta para Pernambuco para participar de bienal na capital e de feira no interior.

Quem conhece o Papai Noel Pantaneiro sabe da empatia cativante do historiador e divulgador do livro e da leitura e não é surpresa alguma o sucesso que faz com as pessoas. “No ano passado, cheguei a uma das comunidades e as crianças me disseram: veio um outro papai noel aqui, mas nós dissemos para ele que o nosso papai noel ainda não tinha chegado”, ri muito.

A notícia da Casa do Papai Noel o deixa exultante. Mas ele também sonha com o dia em que vai conseguir materializar o projeto de uma barco-biblioteca para atender estas comunidades durante todo ano, distribuindo exemplares de livros da literatura universal e especialmente, a regional.  

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