Mato Grosso

Pantanal em chamas: depois das araras, as onças e não há previsão de chuva

Localidade com a maior concentração de onças-pintadas do mundo está cercada e previsão é que só comece a chover no fim do mês

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Pantanal em chamas: depois das araras, as onças e não há previsão de chuva
(Foto: Secom-MT)

Depois das araras azuis, os incêndios florestais que atingem o Pantanal mato-grossense ameaçam as onças. Nesta terça-feira (9), o Corpo de Bombeiros enviou reforços para o Parque Estadual Encontro das Águas. Localizado na região de Porto Jofre, em Poconé (cerca 100 km de Cuiabá), ele é a localidade com a maior concentração de onças-pintadas do mundo.

E as expectativas sobre o clima para a maior parte de setembro não são nada animadoras. O calor intenso e ar seco vão predominar por mais algumas semanas, segundo informações do site ClimaTempo.

A chuva de frentes frias que passam pelo Sul do Brasil não conseguem chegar ao Pantanal. Uma mudança no padrão da circulação de ventos – que dê condições de chuva na região – só deve correr na última semana do mês.

Segundo os meteorologistas, com esta mudança na circulação de ventos, a umidade das áreas tropicais deve começar a avançar aos poucos do Norte para o Centro-Oeste, estimulando a formação de algumas nuvens de chuva.

Mas isso não significa que o fim de setembro será com chuva frequente e em todos os lugares. Estas pancadas, quando ocorrerem, devem ser em pequenas áreas e em pouco volume.

(Foto: Jeferson Prado)

Outro fator destacado é que, com o solo e ar muito quentes, a pouca chuva que cair será rapidamente evaporada e não será suficiente para umedecer o solo. Então, a mudança na circulação de ventos no fim de setembro será apenas o início das mudanças da atmosfera para o aumento das condições para chuva em outubro.

O combate às chamas

A nova equipe do Corpo de Bombeiros se reúne aos 46 homens que já  trabalham na Operação Pantanal II. Além da área do Parque Estadual Encontro das Águas, têm sido priorizada a proteção de regiões de pousadas, fazendas, e das mais de 140 pontes na Transpantaneira.

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Fazendeiros da região também disponibilizaram maquinários, caminhões-pipa e tratores para o combate aos incêndios.

Na segunda-feira (7), duas mulheres e sete crianças foram resgatadas de uma região ribeirinha pelos bombeiros. Elas viviam em uma casa de palha que foi cercada pelo fogo. 

A ação contou com o apoio de militares e brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

“A família estava pressionada pelo fogo e pelo rio e não havia mais como sair pela propriedade. Fizeram um trabalho de queimar a vegetação próxima, proteger e encharcar as casas, e conseguiram preservar as moradias”, explica o tenente-coronel.

(Foto: Mayke Toscano/Secom-MT)

Operação Pantanal II

A operação foi deflagrada no dia 7 de agosto e, desde então, empenha esforços para proteção da maior planície alagável do mundo. São 122 homens atuando diretamente no combate ao fogo.

De acordo com o monitoramento do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), de 1 de janeiro até o dia 7 de setembro, foram registrados 12.042 focos de fogo no Pantanal. É a terceira maior quantidade de focos desde o início do período histórico, em 1998.

Os números dos focos em agosto também estão entre os maiores para este mês. Segundo dados do INPE, o Pantanal registrou 5.935 pontos de fogo, sendo a segunda maior quantidade para o mês também desde 1998.

E setembro começou queimando muito mais do que no ano passado. Na contabilidade do INPE, só até esta segunda-feira (7) foram 421 focos, contra 178 no mesmo período de 2019.

(Com Assessoria)

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