A pandemia impactou diretamente a forma como as mulheres que residem nas regiões periféricas se locomovem. Entre elas, a demanda por uso de app de mobilidade cresceu e 57% estão optando por esse meio de transporte com mais frequência.
Elas já são a maioria entre os passageiros e, fora dos centros expandidos das cidades pesquisadas, representam 51% dos usuários do serviço.
Evitar aglomerações e os riscos de contágio pela covid-19 estão entre os principais motivadores (44%) para a escolha do transporte.
Além de acumularem mais funções, como o trabalho e o cuidado dos filhos e da casa, de acordo com uma pesquisa da Oxfam Brasil, 70% delas trabalham em setores de cuidado e da saúde, ou seja, não pararam de trabalhar – ou de se locomover até o trabalho – durante o período de isolamento social.
Isso justificaria também o fato de 42% delas não terem conseguido cumprir o isolamento social – taxa muito próxima à dos homens (45%). Sendo que, 18% das entrevistada não conseguiram realizar nenhum isolamento.
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Impacto econômico
Além dos impactos sociais da pandemia, os econômicos também são mais fortes para as mulheres. 48% das entrevistadas nas periferias brasileiras afirmaram ter sofrido impacto econômico significativo em suas finanças, contra 44% dos homens.
Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Como as periferias se reconectam com a cidade”, realizada no final de julho pela 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade urbana.
A plataforma investigou a mobilidade durante a pandemia nos bairros periféricos de quatro Capitais brasileiras, identificando mudanças de comportamento entre os passageiros de Manaus, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.
Em Salvador, por exemplo, o aumento do transporte por app entre as mulheres foi ainda maior: 65%. Metade delas afirmaram que passaram a utilizar esse meio de locomoção com mais frequência para se proteger do coronavírus.
O uso do aplicativo para deslocamentos também é um aspiracional maior para as mulheres: 54% desejariam usar com mais frequência o serviço, contra 48% dos homens.
O valor por trajeto, no entanto, ainda é o maior fator de decisão para os deslocamentos diários. A comodidade ganha mais relevância em ocasiões esporádicas como lazer e visita a família e amigos.
Perfil das usuárias
Das passageiras que transitam nas áreas pesquisadas, 32% têm entre 25 e 34 anos e, 55%, pertencem à classe C. O carro próprio não é uma opção para a grande maioria delas: mais de 65% não o tem.
Do total de entrevistados nas três cidades, 77% não pretendem comprar um carro nos próximos seis meses. No Rio de Janeiro e em Salvador, esse número é um pouco maior: 78% .
Dentro do próprio bairro, a maioria das mulheres se desloca a pé (66%), com carro por app (45%) e com ônibus (18%). As principais atividades realizadas dentro do próprio bairro são, respectivamente: compras, serviços, trabalho, saúde e visita a amigos e parentes.
Novas soluções
Para apoiar quem vive na periferia ou fora dos centros expandidos, a 99 criou novas categorias no aplicativo.
O 99Poupa é uma opção para viagens com preços até 30% mais baratos para os passageiros e em horários de menor demanda. Já o 99Entrega possibilita aos usuários enviarem objetos pessoais a amigos e familiares de forma simples, segura e rápida, respeitando o isolamento social.
Outro lançamento, é a 99Pay, carteira digital, que traz benefícios financeiros reais para os usuários, como cashback e descontos nas corridas e serviços de pagamento (boletos bancários e recarga de celular, por exemplo), além de atender uma parcela da população desbancarizada.
(Com Assessoria)