A pandemia fez com que o número de transplantes caíssem 20% no Brasil, revela a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Segundo levantamento da entidade, de janeiro a dezembro passados foram realizados 7.362 procedimentos. Em 2019, haviam sido 9.189 transplantes realizados ao longo do ano.
De janeiro a março de 2020, antes da chegada da covid-19 ao Brasil, houve um crescimento de 10% no número de procedimentos, de acordo com a ABTO. Porém, desde então, a pandemia levou a uma redução significativa dos transplantes, com uma leve retomada no último trimestre.
A pior queda registrada foi no período de julho, agosto e setembro, com 22%. Os transplantes mais afetados foram os de córnea e pulmão, seguidos por coração, rim, pâncreas e fígado.
A redução no número de procedimentos foi muito maior que a de doadores, que caiu 11%. Uma das razões são as suspensões de voos, que dificultaram o transporte de órgãos entre diferentes estados.
Mesmo diante desse cenário, alguns estados conseguiram manter bons resultados. Paraná e Santa Catarina tiveram uma média de 40 doadores por milhão de habitantes, 20 a mais do que as projeções almejadas pela ABTO para 2020. Ceará e São Paulo também se mantiveram acima do esperado, com 21,1 e 23,8 doadores por milhão de habitantes, respectivamente.
Transplante e vacina
A ABTO deve solicitar ao Ministério da Saúde e às Secretarias Estaduais que as pessoas acima de 18 anos que receberam transplantes sejam incluídas no grupo prioritário, junto aos idosos com mais de 75 anos.
A taxa de letalidade entre a população transplantada é de 24,5%, nível comparável ao de idosos acima de 80 anos.
(Com Agência Einstein)