Ao menos 378 crianças mato-grossenses de até seis anos de idade ficaram órfãs por conta da pandemia da covid-19. É o que aponta um levantamento realizado junto a Cartórios.
O estudo mostra que 9 pais faleceram antes do nascimento de seus filhos e que, pelo menos uma criança de até seis anos, perdeu pai e mãe para a covid-19.
“Os números fornecidos pela base de dados dos Cartórios auxiliam os poderes públicos no dimensionamento dos impactos causados pela covid-19 no Brasil. Esses dados, que demonstram um triste cenário, são coletados pela parceria com a Receita Federal, onde é possível emitir certidões de nascimento para os recém-nascidos com o número do CPF. O levantamento é parcial, porém, muito impactante”, explica Velenice Dias de Almeida, presidente da Anoreg-MT.
De onde vêm os dados?
Esses dados foram levantados com base no cruzamento entre os números dos CPFs dos pais nos registros de nascimentos e de óbitos feitos nos 7.645 Cartórios de Registro Civil do Brasil desde 2015.
Este ano foi escolhido como base porque foi quando as unidades passaram a emitir o documento diretamente nas certidões de nascimento das crianças recém-nascidas em todo o território nacional.
Quem fez o levantamento foi a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), entidade que representa os Cartórios de Registro Civil do Brasil e administra o Portal da Transparência.
Cenário nacional
Segundo os dados levantados pela Arpen-Brasil, 25,6% das crianças que perderam um dos pais na pandemia não tinham completado um ano.
- 18,2% tinham um ano de idade
- 18,2% dois anos,
- 14,5% três anos,
- 11,4% 4 anos,
- 7,8% 5 anos
- 2,5% 6 anos
São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará e Paraná foram os Estados que mais registraram óbitos de pais com filhos nesta idade.
(Com Assessoria)