Quase 100% das crianças brasileiras tiveram alguma mudança no comportamento durante a pandemia de covid-19. Os números são de uma pesquisa feita Fundação Lemann em parceria com o Instituto Natura.
A pesquisa ouviu 1.315 mil responsáveis por mais de 2,1 mil crianças e adolescentes (4 a 18 anos) de todo o Brasil, entre 16 de junho e 7 de julho de 2021. O estudo também entrevistou 218 jovens entre 10 e 15 anos.
Segundo os pais e responsáveis, 56% ganharam peso, 44% se sentiram tristes, 38% ficaram com mais medo e 34% perderam o interesse pela escola.
LEIA TAMBÉM
Quando avaliadas, as crianças e adolescentes de famílias com renda menor (até dois salários mínimos), 59% tiveram ganho de peso, 51% passaram a dormir mais, 48% ficaram mais agitados, 46% ficaram mais tristes, e 35% perderam o interesse pela escola.
Comida
No quesito segurança alimentar, 34% das famílias afirmaram que a quantidade de comida foi menos que o suficiente, com destaque para as famílias do Nordeste (46%) e do Sul (18%).
A pesquisa também mostrou que as refeições das crianças e adolescentes eram melhores antes da pandemia: 81% dos pais disseram que era ótima ou boa. Atualmente, o índice caiu para 74%. Entre os que consideram a alimentação regular, a taxa aumentou de 16% para 23%; e o ruim se manteve estável em 2%.
Mais tempo nos eletrônicos
De acordo com a pesquisa, 10% das crianças e dos jovens passam o dia na casa de outras pessoas, metade deles na residência dos avós.
Dos 90% que ficam na casa de seus responsáveis (pai, mãe, madrasta e/ou padrasto), 14% permanecem sozinhos no local ou apenas com irmãos, sem adultos responsáveis.
A pesquisa também mostrou que a rotina de atividades em casa mudou: 37% das crianças e adolescentes estão jogando videogame ou usando o celular com mais frequência do que antes da covid-19 e 43% aumentaram as horas de TV.
(Com Agência Brasil)