Representantes das prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, do governo do Estado e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso receberam em mãos um termo de compromisso do cumprimento das medidas de biossegurança de combate à covid de empresários do setor de alimentação fora do lar – bares, restaurantes e afins.
O documento será acompanhado de ações práticas de conscientização do donos de empreendimentos e também dos frequentadores dos locais, tudo realizado pelas entidades ligadas ao setor – Abrasel-MT (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Mato Grosso) e SHRBS-MT (Sindicato dos Hoteis, Restaurantes, Bares e Similares de Mato Grosso).
A medida é uma tentativa de evitar que sejam publicados novos decretos governamentais como regras mais rígidas que as atuais e limitando os horários e as formas de funcionamento. Desde o começo da pandemia, segundo a Abrasel, 40% dos estabelecimentos do setor encerraram as atividades.
A presidente da Abrasel, Lorena Bezerra, fez um apelo durante a reunião por conta dos desemprego que aflige quem atua no setor. Ela explicou que, sem vender, não há como se manter funcionários, o que aumenta ainda mais a crise econômica na cidade.
Ele argumentou que muitos falam da alternativa do atendimento por entrega. Contudo, a operação de um serviço como esse demanda investimentos e o sucesso depende do perfil do público e da região onde o comércio está instalado.
Outro ponto abordado por Bezerra foi o uso de redes sociais para a postagem de vídeos de áreas onde há a concentração de restaurantes, como a Praça Popular.
“Eles pegam o exemplo de um para estender a restrição aos demais, que estão fazendo tudo certinho. Então, somos favoráveis a multas e penalidades para quem não está cumprindo as regas. É uma forma de manter os demais trabalhando, já que a maior parte não tem perfil de lugar com aglomerações”, ressaltou.
Redução de impostos ajuda, mas não resolve
Na reunião de entrega do termo de compromisso, estavam presentes o secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, Alberto Marchado, o deputado estadual Carlos Avalone, o secretário de Ordem Pública de Cuiabá, Leovaldo Sales, e Alessandro Ferreira da Silva, que acumula superintendência da Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal de Governo de Várzea Grande.
Todos eles citaram ações relativas à prorrogação do pagamento de impostos, como IPTU e recentemente o IPVA, como medidas de ajuda ao setor. Contudo, concordaram que não é o suficiente para garantir o funcionamento dos estabelecimentos.
O secretário Alberto Machado disse – com conhecimento de causa, pois é proprietário de um pizzaria – que a coisa não está fácil e que está se esforçando para ampliar o diálogo e implementar políticas públicas de auxílio.
Para Avalone, a grande dificuldade de se ofertar auxílio é a burocracia. Ele diz que o Brasil tem uma alta complexidade no andamentos dos processo e citou como exemplo os recursos encaminhados para a agência de fomento do Estado, a Desenvolve, para ser distribuídos em financiamentos para o setor.
“Primeiro precisavam do dinheiro e colocamos lá. Depois, veio uma série de normas do Bacen para a concessão dos valores e, para ficar mais fácil o acesso, será preciso um fundo garantidor. Porém, temos que enfrentar uma nova burocracia para instaurar este fundo”, explica.
Ações
As ações proposta pela Abrasel-MT e SHRBS-MT contemplam uma blitz de conscientização e também auxílio na fiscalização dos pontos, bem como o oferecimento de esclarecimentos para empresários que necessitarem.
O trabalho começa a ser realizado amanhã. Vale lembrar que os horários de funcionamentos dos estabelecimentos em Cuiabá e Várzea Grande são: entre segunda é sábado até às 22h e domingo até às 15h.